O mercado financeiro inicia a semana de olho em dois discursos-chave que devem orientar os investidores. Enquanto isso, o dólar comercial abre a sessão desta segunda-feira (1) em leve alta, enquanto o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, se prepara para abrir os negócios.
Cenário de abertura e agenda decisiva
Às 9h02, a moeda norte-americana avançava 0,10%, sendo cotada a R$ 5,3397. O Ibovespa estava programado para iniciar o pregão às 10h. O humor dos investidores ao longo do dia será influenciado por uma agenda econômica carregada, que inclui novas projeções de inflação e discursos de autoridades monetárias do Brasil e dos Estados Unidos.
A semana começa com a divulgação do Boletim Focus, do Banco Central, que trouxe um leve alívio nas expectativas de inflação. Pela manhã, em São Paulo, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, participa do XP Fórum Político & Macro 2025, com uma palestra marcada para as 10h. Seus comentários serão analisados em busca de sinais sobre a futura trajetória da taxa básica de juros, a Selic.
Do outro lado do mundo, mais tarde, o presidente do Federal Reserve (Fed) dos EUA, Jerome Powell, se pronuncia em um evento na Universidade de Stanford. A expectativa por suas palavras aumentou após declarações do ex-presidente Donald Trump de que já escolheu o próximo chefe do Fed, sem, no entanto, revelar o nome.
Boletim Focus: inflação em leve queda e Selic estável
O Boletim Focus, que reúne as projeções de economistas do mercado, abriu a semana com revisões para baixo nas estimativas de inflação para os próximos anos. Pela primeira vez em 2024, no mês passado, o mercado passou a prever que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará abaixo do teto da meta de inflação, que é de 4,5%.
As projeções atualizadas para os próximos anos são as seguintes:
- Para 2025, a previsão caiu de 4,45% para 4,43%.
- Para 2026, a estimativa foi ajustada de 4,18% para 4,17%.
- Para 2027, a projeção se manteve em 3,80%.
- Para 2028, a expectativa continuou em 3,50%.
Além da inflação, o Focus também traz estimativas para o crescimento da economia. Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, a projeção se manteve estável em 2,16%. Para 2026, a expectativa segue em 1,78%.
No front de juros, a expectativa para a taxa Selic ao fim de 2025 permanece em 15% ao ano, patamar idêntico ao atual. Para o final de 2026, a previsão do mercado se manteve em 12% ao ano.
Performance dos mercados e cenário internacional
Até o momento, o desempenho acumulado do dólar e do Ibovespa em 2024 mostra trajetórias opostas. Enquanto a moeda americana acumula uma queda de 13,67% no ano, o principal índice da B3 acumula uma alta expressiva de 32,25% no mesmo período.
No cenário global, os mercados americanos retomaram as operações na sexta-feira passada, mas com volume limitado devido ao feriado de Ação de Graças. Os principais índices de Wall Street fecharam em alta: o Dow Jones subiu 0,61%, o S&P 500 avançou 0,54% e o Nasdaq teve ganhos de 0,65%.
As bolsas europeias operavam em alta durante a manhã desta segunda, sustentadas pela expectativa de cortes nos juros americanos e por avanços nas negociações de paz na Ucrânia. O índice pan-europeu STOXX 600 subia 0,09%.
Já os mercados asiáticos fecharam a sessão com movimentos mistos. O Nikkei, do Japão, subiu 0,2%, enquanto o índice de Xangai avançou 0,34%. Por outro lado, o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,34%.
O dia será marcado pela atenção redobrada aos pronunciamentos de Galípolo e Powell. As palavras dessas duas autoridades centrais têm o potencial de definir a direção do câmbio, dos juros e dos índices acionários não apenas hoje, mas também no curto prazo, à medida que o mercado busca por direcionamentos claros sobre a política monetária global.
