Dólar sobe 0,09% enquanto mercado aguarda dados do emprego e reunião do CMN
Dólar sobe e mercado aguarda dados do emprego e CMN

O mercado financeiro brasileiro iniciou a quinta-feira (27) com movimentos moderados, marcado por um feriado nos Estados Unidos que reduziu o volume global de negociações. O dólar comercial registrou leve alta de 0,09% no início da sessão, cotado a R$ 5,3395, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, preparava-se para abrir às 10h.

Contexto internacional e agenda doméstica

O feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos impactou diretamente o ritmo dos mercados globais. As bolsas americanas e o mercado de títulos permaneceram fechados, com operações previstas para retornarem apenas na sexta-feira em um pregão mais curto, que deve encerrar às 15h no horário de Brasília.

No cenário doméstico, os investidores acompanham atentos a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referente a outubro. Analistas projetam a criação de aproximadamente 105 mil postos de trabalho formais, número que ajudará a calibrar as expectativas sobre a saúde do mercado de trabalho brasileiro.

Eventos institucionais e decisões monetárias

A agenda do dia inclui participações importantes de autoridades econômicas. Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, participa do evento Perspectivas 2026, organizado pelo Itaú Asset Management. Posteriormente, integra a reunião virtual do Conselho Monetário Nacional (CMN), que ocorre simultaneamente ao encontro mensal regular do conselho.

A reunião do CMN ganha relevância adicional por acontecer após o processo de liquidação do Banco Master. Além de Galípolo, participam os diretores Ailton de Aquino e Gilneu Vivan. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também marcará presença de forma remota às 15h.

Desempenho recente dos indicadores

No pregão anterior, o Ibovespa renovou seus recordes históricos, fechando acima dos 158 mil pontos pela primeira vez. Esse movimento refletiu apostas crescentes de que o Federal Reserve pode promover um novo corte de juros em 2025, cenário que tende a estimular a entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira.

Os números acumulados mostram:O dólar apresenta queda de 1,23% na semana, 0,84% no mês e expressiva redução de 13,68% no ano. Já o Ibovespa acumula alta de 2,45% na semana, 6,03% no mês e impressionantes 31,82% no ano.

Inflação e panorama fiscal

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerada a prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,20% em novembro. Nos últimos 12 meses, o acumulado ficou em 4,50%, um pouco abaixo do período anterior.

O grupo de despesas pessoais foi o que mais pressionou o bolso do brasileiro em novembro, com alta de 0,85%. Saúde e cuidados pessoais aumentaram 0,29%, e transportes subiram 0,22%. Por outro lado, artigos para o lar ficaram mais baratos, com queda de 0,20%.

No aspecto fiscal, o Tesouro Nacional informou que as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 36,5 bilhões em outubro. Embora positivo, o número representa piora em relação ao mesmo mês do ano passado (R$ 43 bilhões) e está distante da meta fiscal do governo para este ano, que é zerar o déficit nas contas públicas.

O governo continua buscando alternativas para fechar o orçamento de 2026, incluindo a aprovação de projetos no Congresso até o final de 2025 que possam gerar receitas adicionais.