Nesta quarta-feira (26), o mercado financeiro brasileiro acompanha atentamente uma série de indicadores econômicos que podem influenciar a cotação do dólar e o desempenho do Ibovespa. Os investidores estão focados nos dados divulgados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, após o fim da paralisação do governo americano conhecida como shutdown.
Agenda econômica brasileira
A jornada começou com a divulgação do Índice de Confiança da Indústria (ICI) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador apresentou queda de 0,7 ponto em novembro, atingindo 89,1 pontos, reflexo da piora na avaliação da situação atual do setor industrial.
Às 9h, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15 de outubro, considerado a prévia da inflação oficial do país. Simultaneamente, o Banco Central do Brasil (BC) apresentou as estatísticas monetárias e de crédito referentes ao mês de outubro.
Às 10h30, ocorreu uma cerimônia importante no Palácio do Planalto: o presidente Lula sancionou a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, medida que entrará em vigor a partir de 2026. O projeto, aprovado por unanimidade no Senado, também cria descontos progressivos para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
Decisões políticas e fluxo cambial
O Senado tem uma agenda movimentada nesta quarta-feira. Às 14h, os parlamentares votam o acordo de comércio eletrônico do Mercosul, firmado em 2021 em Montevidéu. Mais cedo, às 9h30, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) analisa e deve votar o projeto que aumenta a tributação de bancos e fintechs.
O Banco Central também divulgou importantes informações. Às 14h30, foi publicado o fluxo cambial, que mede a entrada e saída de dólares e outras moedas estrangeiras no país. No mesmo horário, o Tesouro Nacional apresentou o Resultado Primário do Governo Central.
Em comunicado relevante para a estabilidade financeira, o BC afirmou que a liquidação do Banco Master, decretada na semana passada, não representa risco sistêmico para o sistema financeiro nacional. No entanto, o órgão reforçou que as instituições financeiras precisam aprimorar seus sistemas de gestão de risco.
Cenário internacional e impactos no mercado
Nos Estados Unidos, a retomada das atividades governamentais permitiu a divulgação de dados atrasados. As vendas no varejo norte-americano subiram 0,2% em setembro, resultado abaixo das expectativas do mercado. Já o índice de preços ao produtor (PPI) avançou 0,3%, puxado principalmente pela alta de 3,5% nos preços da energia.
Os mercados globais reagiram positivamente aos desenvolvimentos internacionais. Em Wall Street, os principais índices avançaram pelo terceiro dia consecutivo, impulsionados pelas expectativas de cortes nos juros pelo Federal Reserve em dezembro. O Dow Jones subiu 1,43%, enquanto o S&P 500 avançou 0,91% e o Nasdaq teve alta de 0,67%.
Na Ásia, os mercados também fecharam em alta, com destaque para o índice de Xangai (0,9%), CSI300 (1%) e Hang Seng (0,7%). O clima positivo foi influenciado pela percepção de menor tensão nas relações entre China e Estados Unidos.
No acumulado do ano, o dólar apresenta queda de 13% frente ao real, enquanto o Ibovespa acumula alta expressiva de 29,62%. Estes números refletem o cenário de maior confiança dos investidores na economia brasileira e o fluxo positivo de capitais para o mercado acionário local.