Dólar sobe 0,36% e fecha semana com alta de 0,78% no Brasil
Dólar em alta: entenda os fatores que influenciam a cotação

Dólar abre em alta enquanto mercado acompanha cenário externo

O dólar comercial iniciou a sessão desta sexta-feira (21) com valorização de 0,36%, cotado a R$ 5,3541 às 9h. O movimento ocorre após o feriado nacional no Brasil, com investidores dividindo atenção entre fatores domésticos e externos que influenciam as cotações.

No acumulado da semana, a moeda norte-americana registra alta de 0,78%, enquanto no mês apresenta queda de 0,78%. No ano, o dólar acumula desvalorização significativa de 13,62% frente ao real.

Fatores internos e externos que movimentam o mercado

No cenário doméstico, a ampliação da lista de produtos brasileiros isentos de tarifas pelos Estados Unidos trouxe otimismo aos investidores. Carnes bovinas, café e cacau estão entre os beneficiados pela medida, que pode impulsionar os ativos locais.

Já no exterior, os mercados seguem atentos aos dados econômicos americanos e aos discursos de autoridades do Federal Reserve. O relatório de payroll de setembro, que mostrou criação de 119 mil vagas fora do setor agrícola - acima das estimativas -, reduziu as expectativas de corte de juros pelo Fed em dezembro.

Pelo menos cinco autoridades do banco central americano participam de eventos ao longo do dia, e seus comentários podem alterar significativamente as expectativas do mercado.

Balança comercial e fluxo cambial

Dados do Indicador de Comércio Exterior (ICOMEX) revelam que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7 bilhões em outubro, representando alta de US$ 2,9 bilhões em relação ao mesmo mês de 2024.

As exportações cresceram 9,1%, enquanto as importações caíram 0,8%. No acumulado do ano até outubro, o saldo é de US$ 52,4 bilhões, mas com queda de US$ 10,4 bilhões frente ao mesmo período do ano anterior.

O Banco Central informou que o Brasil registrou saída líquida de dólares em novembro até o dia 14, totalizando fluxo cambial negativo de US$ 3,004 bilhões. No acumulado do ano até 14 de novembro, o país registra déficit de US$ 15,688 bilhões.

Divisão no Fed e perspectivas para os juros americanos

A ata da última reunião do Federal Reserve revelou que os dirigentes da instituição estavam divididos quanto à decisão de reduzir os juros norte-americanos. Por 10 votos a 2, o Fed decidiu reduzir a taxa básica em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00%.

Muitos participantes se mostraram favoráveis à redução, mas vários outros se opuseram ao corte, expressando preocupação com a inflação americana, que segue acima da meta de 2% estabelecida pelo banco central.

Atualmente, os investidores veem cerca de 50% de chance de outro corte nos juros na próxima reunião, marcada para 9 e 10 de dezembro.

Desempenho das bolsas globais

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street encerraram em alta na quarta-feira (19), com investidores aguardando o balanço da Nvidia. O Dow Jones subiu 0,10%, o S&P 500 teve alta de 0,38% e o Nasdaq avançou 0,59%.

As bolsas europeias fecharam de forma mista, enquanto os mercados asiáticos também apresentaram resultados diversos. Em Tóquio, o Nikkei caiu 0,3%, e em Hong Kong, o Hang Seng recuou 0,38%.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h, com acumulado negativo de 1,49% na semana, mas alta de 3,91% no mês e valorização expressiva de 29,19% no ano.