O dólar iniciou a terça-feira (25) em movimento de baixa, registrando queda de 0,29% às 9h e sendo cotado a R$ 5,3800. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, preparava-se para abrir às 10h em um dia marcado pela escassez de dados econômicos locais.
Agenda política e atenção ao cenário externo
Com poucos indicadores nacionais na pauta, o mercado financeiro volta suas atenções para as declarações de autoridades e para o andamento das discussões políticas em Brasília. Os investidores também monitoram de perto o retorno dos dados econômicos nos Estados Unidos, que devem ajudar a calibrar as expectativas sobre a trajetória dos juros americanos.
No Brasil, o dia será marcado por eventos com participações do vice-presidente Geraldo Alckmin e do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David. Além disso, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, falará à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em evento que promete atrair a atenção dos mercados.
Projeto de aposentadoria e impacto fiscal
No cenário doméstico, o Senado deve analisar o projeto que regulamenta a aposentadoria especial de agentes de saúde e de combate às endemias. A proposta tem potencial para pressionar os juros e impacto estimado em até R$ 24,7 bilhões nas contas públicas.
O andamento desta pauta ganhou força após a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) - movimento que ocorreu em meio às articulações envolvendo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o senador Rodrigo Pacheco.
No exterior, os investidores acompanham a retomada dos dados americanos, com destaque para o índice de preços ao produtor e para as vendas do varejo de setembro. Esses números chegam em um momento de expectativa por um possível corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro.
Desempenho dos mercados e arrecadação recorde
O dólar acumula performance negativa de 0,11% na semana e de 12,70% no ano, enquanto registra alta de 0,28% no acumulado do mês. Já o Ibovespa mostra desempenho positivo: acumula alta de 0,33% na semana, 3,84% no mês e impressionantes 29,09% no ano.
Em outro frente, a arrecadação do governo federal somou R$ 261,9 bilhões em outubro, segundo dados divulgados pela Receita Federal. O valor representa um aumento real de 0,92% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram arrecadados R$ 259,5 bilhões.
Este foi o maior resultado para o mês de outubro desde o início da série histórica em 1995 - um recorde em 31 anos. O desempenho foi impulsionado pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo em maio, e pela taxação das apostas online e loterias, que adicionou cerca de R$ 1 bilhão à arrecadação no mês.
Também contribuíram para o resultado o crescimento no Imposto de Renda sobre aplicações financeiras, favorecido pelos juros altos, e nos valores pagos como juros sobre capital próprio. Segundo a Receita, o IRRF sobre capital arrecadou R$ 11,57 bilhões, representando alta real de 28,01%.
