
Parece que a corda estourou de vez para as finanças de milhões de brasileiros. E não, não é exagero. A Serasa acaba de divulgar um número que dá frio na barriga: incríveis 71,9 milhões de pessoas estão com o nome sujo no país. Um recorde absoluto, e olha que a gente já viu cada coisa.
Isso significa, na prática, que quase um em cada três adultos está com alguma dívida atrasada. Uma situação que beira o insustentável e pinta um retrato nada bonito da economia das famílias.
O Que Levou a Este Abismo Financeiro?
Os especialistas apontam o dedo para um coquetel explosivo. De um lado, a renda que simplesmente não chega – e quando chega, não estica o suficiente. Do outro, o custo de vida que não para de subir, com o arroz, o feijão e o botijão de gás pesando no bolso. Sem falar nos juros altíssimos do cartão de crédito, aquela armadilha cruel que pega todo mundo desprevenido.
E tem mais. A falsa sensação de melhora que veio com a pandemia — com aqueles auxílios emergenciais — fez muita gente respirar aliviada e até voltar a consumir. Só que o alívio foi passageiro, e a conta, como sempre, chegou.
O Perfil Quem Está Devendo
Não é um grupo específico. A inadimplência virou uma democracia do aperto. Atinge o jovem que parcelou o celular, a mãe de família que atrasou a conta de luz, o aposentado que não conseguiu pagar o plano de saúde. A dívida mais comum? Sem surpresas: o cartão de crédito, responsável por sozinho por quase um terço de toda a bola de neve.
E olha só que curioso: as dívidas com bancos são as que mais crescem. Parece irônico, mas é a pura realidade.
E Agora, José?
A pergunta que não quer calar: tem saída? Claro que tem, mas exige fôlego. A primeira dica de ouro é não enterrar a cabeça na areia. Ignorar a dívida só a faz crescer. O negócio é enfrentar o problema de peito aberto.
- Negociar é a palavra de ordem: Quase sempre é possível conseguir descontos e condições melhores. Ligar para o credor e tentar um acordo é o primeiro e mais importante passo.
- Fuja dos juros altos: Se for possível, tente quitar as dívidas do cartão com empréstimos que tenham juros menores (sim, eles existem!).
- Organização é tudo: Fazer um bom controle do que entra e do que sai evita sustos no final do mês. Pode parecer chato, mas é libertador.
No fim das contas, o recado que fica é de cuidado. O crédito fácil pode ser uma faca de dois gumes — e milhões de brasileiros sentiram o fio afiado. A esperança é que esse recorde sirva de alerta para que políticas públicas sérias sejam pensadas, porque o problema, definitivamente, saiu do controle.