Bolsa Dispara e Dólar Afunda: Como a Ameaça de Shutdown nos EUA Movimentou o Mercado Brasileiro
Bolsa sobe e dólar cai com possível shutdown nos EUA

Parece que o mercado financeiro resolveu dar uma daquelas viradas de mesa que deixam todo mundo de cabelo em pé. Nesta sexta-feira, enquanto os americanos se preparavam para um possível shutdown governamental, por aqui a festa foi na Bolsa — e o dólar, bem, o dólar resolveu dar uma sumidinha.

O Ibovespa, nosso principal indicador de bolsa, fechou essa sessão bastante movimentada com alta de 0,67%, estacionando nos 126.171 pontos. Não foi nenhum foguete, mas considerando o cenário internacional conturbado, até que foi um desempenho digno de nota.

O dólar e sua queda livre (bem, quase)

Enquanto isso, o dólar comercial — aquele que a gente acompanha no dia a dia — recuou nada menos que 0,90%, sendo negociado a R$ 4,96 na venda. Parece pouco, mas no mundo das finanças essa é uma movimentação considerável. Quem tinha apostado na moeda americana deve ter ficado com a pulga atrás da orelha.

E o que explica essa dança das cadeiras entre bolsa e câmbio? A resposta, meu caro leitor, está do outro lado do hemisfério.

O fantasma do shutdown americano

Os Estados Unidos estão à beira de uma paralisação federal — o famigerado shutdown — porque, veja só, os congressistas não conseguiram chegar a um acordo sobre o orçamento. Parece familiar? Pois é, a política tem dessas semelhanças incômodas pelo mundo afora.

Mas aqui vem o pulo do gato: essa instabilidade política lá fora acabou criando um ambiente… favorável para os emergentes como o Brasil. Como assim? É que quando os grandes ficam com problemas, os investidores começam a olhar com outros olhos para mercados como o nosso.

E não foi só isso não. O IPCA-15, aquela prévia da inflação, veio abaixo do esperado — 0,21% em setembro, contra 0,28% no mês anterior. Quando a inflação dá uma trégua, sobra espaço para o Copom pensar em cortes mais agressivos nos juros. E juro baixo é música para os ouvidos do mercado acionário.

Os destaques do pregão

Algumas empresas roubaram a cena nessa sessão:

  • Petrobras (PETR4) subiu 0,95% — e olha que o petróleo lá fora estava em queda
  • Vale (VALE3) avançou 0,77%, surfando na onda das commodities
  • Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 0,70%, mostrando que os bancos continuam na jogada

Mas nem tudo foram flores. O varejo, coitado, ainda patina — Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,17% e Via (VIIA3) recuou 1,64%. Parece que o consumidor brasileiro ainda está com o pé no freio.

E agora, para onde vamos?

O mercado está dividido — sempre está, não é mesmo? De um lado, os otimistas acreditam que o pior já passou e que a economia brasileira pode surpreender. Do outro, os mais cautelosos lembram que dependemos muito do cenário externo, e com EUA e China ainda dando trabalho…

Uma coisa é certa: enquanto Washington não resolver seus problemas orçamentários, vamos continuar nessa montanha-russa. E cá entre nós — não é exatamente isso que torna o mercado financeiro tão fascinante?

Fiquem de olho nos próximos capítulos. A semana que promete — e como promete!