
Não foi um dia qualquer na Bovespa. Enquanto o governo comemorava discretamente a arrecadação extra com o aumento do IOF, os números do pregão contavam outra história — aquela que os investidores conhecem bem: a de um mercado que engole sapos com sorriso amarelo.
O índice fechou praticamente estável, oscilando apenas 0,02%, num daqueles dias em que cada centavo parece custar sangue. "É como assistir a um jogo de xadrez onde os peões são nossos investimentos", comentou um trader, entre um gole de café requentado e o olho fixo nas telas.
O elefante na sala: os 20% do IOF
Pouca gente percebeu, mas o governo deu uma mordida extra de 20% no IOF sobre câmbio. A jogada — dessas que passam batido no noticiário — pode significar menos viagens internacionais e mais dor de cabeça para quem compra no exterior.
- Operações de câmbio: agora 1,1% mais caras
- Cartões internacionais: impacto direto no bolso
- Compras no exterior: a conta chegou mais salgada
"É aquela velha história", resmunga uma pequena empresária que importa matérias-primas. "Quando o governo espirra, meu negócio pega pneumonia."
E lá fora? A guerra que não acaba
Enquanto isso, no front internacional, a guerra comercial EUA-China dava mais um capítulo digno de roteiro de filme catástrofe. Desta vez, o alvo foram os semicondutores — aquelas pecinhas que fazem o mundo moderno girar.
Os mercados globais reagiram com aquela mistura de cansaço e resignação de quem já viu esse filme antes. "É como namorar alguém que vive de drama", brinca um analista, antes de voltar ao tom sério: "Mas quando os gigantes brigam, é o resto do mundo que paga a conta".
E o Brasil? Ficou naquele limbo entre "não é problema nosso" e "será que a gente vai se lascar de tabela?" — como de costume.
O que esperar?
Para os próximos dias, os especialistas — esses eternos adivinhos de plantão — preveem:
- Mais volatilidade que previsão do tempo
- Investidores agindo como mãe de adolescente: entre a preocupação e o cansaço
- O dólar fazendo aquela dança que ninguém sabe os passos
No fim, o mercado mostrou sua velha habilidade de absorver impactos — pelo menos por enquanto. Mas como dizem os mais experientes: "Em economia, o que vai, volta. E geralmente com juros".