BC decreta liquidação do Banco Master após fraude de R$ 12,2 bilhões
BC liquida Banco Master após fraude bilionária

BC decreta liquidação do Banco Master após prisão de dono

O Banco Central determinou na semana passada a liquidação do Banco Master, medida extrema tomada após a prisão de seu proprietário, Daniel Vorcaro. O caso ganhou proporções históricas no sistema financeiro brasileiro.

Durante evento realizado nesta segunda-feira (24) pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, comentou publicamente pela primeira vez sobre o caso, reconhecendo que instituições financeiras são falíveis e que o regulador precisa de evolução constante.

Fraude atinge R$ 12,2 bilhões em carteiras fantasmas

De acordo com as investigações da Operação Compliance Zero, o Banco Master praticou uma das maiores fraudes da história bancária recente ao vender carteiras de consignado inexistentes ao BRB. O prejuízo estimado chega a impressionantes R$ 12,2 bilhões.

"Acontece nos EUA, na Suíça, acontece. O importante é aprendermos e inovarmos para não repetirmos problemas", afirmou Galípolo, demonstrando que casos similares ocorrem globalmente, mas enfatizando a necessidade de aprendizado.

FGC prepara maior indenização da história: R$ 41 bilhões

As consequências da liquidação do Banco Master levaram o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) a preparar a maior indenização de sua história, no valor astronômico de R$ 41 bilhões. O montante supera qualquer operação anterior do fundo e reflete a magnitude do caso.

Galípolo defendeu durante o evento a ampliação do perímetro regulatório para englobar toda a liquidez do sistema financeiro. Para tanto, reforçou a necessidade de fortalecer o Banco Central, especialmente em termos financeiros, para que a autoridade tenha capacidade de investir em melhorias.

BC mantém foco no combate à inflação

Questionado sobre o quadro fiscal brasileiro e a taxa Selic em 15% ao ano, o presidente do BC foi enfático ao afirmar que a autarquia não está satisfeita com o atual nível da inflação, que permanece fora da meta estabelecida.

"Não é papel do BC ser ombudsman da política fiscal. A bola que temos que ficar de olho é a inflação", declarou Galípolo, reafirmando o compromisso institucional com o controle de preços.

O caso do Banco Master representa um dos maiores desafios regulatórios recentes e deve servir como catalisador para mudanças no sistema de supervisão financeira nacional, conforme sinalizado pelo próprio presidente do Banco Central.