
O clima no estúdio do Mais Você estava pesado como tarde de verão em São Paulo. Geraldo Alckmin, vice-presidente e ex-governador, não veio para falar de receitas ou dicas de beleza. O assunto era sério: o tal do "tarifaço" que tá tirando o sono de muita gente.
— Olha, Ana Maria — começou ele, ajustando os óculos — quando a conta de luz sobe, não é só o ar-condicionado que desliga. É a máquina da economia que engasga.
Efeito dominó no prato e no emprego
Pensa comigo: energia mais cara significa produção mais cara. Aí o pãozinho, o feijão, o frango... tudo sobe junto. E não adianta achar que é só apertar o cinto — tem gente que já tá no último furo.
- Indústrias podem reduzir turnos (ou pior, fechar as portas)
- Comércio repassa custos pros preços — e vende menos
- Até o frete do delivery fica mais salgado
Dados do IBGE mostram que, nos últimos 12 meses, a luz já subiu quase 20%. E olha que a conta ainda não reflete os reajustes recentes...
O dilema do governo
Alckmin explicou — com aquela paciência de professor de cursinho — que o governo tá entre a cruz e a caldeira:
- Segurar tarifas significa aumentar subsídios (e o déficit público)
- Liberar reajustes pressiona a inflação
- Qualquer decisão errada vira um tiro no pé econômico
"Não existe almoço grátis", filosofou o vice-presidente, enquanto Ana Maria distribuía pães de queijo para a plateia. Ironicamente, o preço do queijo também subiu 34% no ano.
E o trabalhador nessa história?
Pra quem ganha salário mínimo, a conta tá mais apertada que calça jeans depois do Natal. O Alckmin até citou números:
— Cada 1% na tarifa de energia pode significar 0,2 ponto na inflação. Parece pouco? Pro orçamento doméstico, é como levar um golpe de judô.
E tem mais: quando os custos sobem, as empresas congelam contratações. Algumas até demitem. Resultado? Mais gente desempregada, menos consumo, economia patinando... é um círculo vicioso que dói na alma.
No final, Ana Maria resumiu com sabedoria popular: "Quando a água bate na bunda, todo mundo sente. E parece que a maré tá subindo...". Alckmin só assentiu, com cara de quem sabe que o pior pode estar por vir.