PIB cresce apenas 0,1% no 3º trimestre de 2025, sinalizando desaceleração
PIB cresce 0,1% no 3º trimestre, menor ritmo desde 2024

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe nesta quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, um retrato de uma economia que perde velocidade. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao terceiro trimestre do ano mostraram um avanço mínimo de apenas 0,1% em relação aos três meses anteriores, na série com ajuste sazonal.

Desempenho fraco e sinais de desaceleração

Este resultado representa o menor crescimento trimestral desde o último trimestre de 2024. Além disso, configura o terceiro trimestre com o ritmo mais lento desde 2016, reforçando os sinais de que a economia brasileira está em um processo claro de desaceleração após um ciclo de recuperação mais robusta pós-pandemia.

Na análise das despesas, o quadro é misto. A Despesa de Consumo das Famílias, principal motor da economia, apresentou uma variação positiva de 0,1% na comparação com o segundo trimestre. Já o Consumo do Governo teve um desempenho mais forte, com alta de 1,3%. Um ponto positivo veio dos investimentos: a Formação Bruta de Capital Fixo, que engloba máquinas, equipamentos e construção, subiu 0,9%.

Consumo das famílias mantém sequência positiva

Apesar do ritmo lento no trimestre, o consumo das famílias brasileiras segue uma trajetória de expansão notável. Segundo o IBGE, este foi o 18º trimestre consecutivo com variação positiva nesse indicador, acumulando um crescimento de 0,4% no período.

Esse movimento sustentado tem sido impulsionado por três fatores principais, de acordo com o instituto:

  • A expansão da massa salarial real dos trabalhadores.
  • O aumento das transferências governamentais de renda para a população.
  • A maior oferta de crédito para as famílias.

Em paralelo, a Despesa de Consumo do Governo também registrou um avanço acumulado significativo de 1,8% no terceiro trimestre.

Análise da demanda e projeções para 2025

Quando se observa o desempenho da demanda ao longo do ano, os números mostram um cenário mais aquecido, mas que já reflete a perda de impulso captada no dado trimestral. No acumulado, o consumo das famílias cresceu 2,1%, o consumo do governo subiu 1,2% e os investimentos tiveram uma alta expressiva de 6,0%.

O setor externo também apresentou movimento intenso. As Exportações de Bens e Serviços aumentaram 2,5%, enquanto as Importações cresceram em um ritmo muito mais acelerado, de 8,6%. Este dado reflete um maior dinamismo da atividade econômica interna e da demanda doméstica por produtos estrangeiros.

Diante deste quadro de perda de fôlego ao longo de 2025, analistas do mercado financeiro já revisam suas expectativas. A projeção agora é de que o crescimento econômico do ano todo fique entre 2,0% e 2,5%. Este seria um desempenho inferior aos três anos consecutivos anteriores, marcados por uma expansão próxima de 3,0% ao ano, período associado à recuperação pós-crise da pandemia de Covid-19.

Os dados do IBGE confirmam, portanto, um momento de transição para a economia nacional, que busca um novo equilíbrio após um ciclo de crescimento mais vigoroso, com o consumo das famílias ainda resistente, mas sem força suficiente para evitar a desaceleração geral.