A Petrobras deu um passo crucial em sua estratégia de crescimento ao aprovar, na quinta-feira (27), seu Plano de Negócios para o período de 2026 a 2030. O documento, que estabelece as diretrizes para os próximos cinco anos, prevê investimentos totais de US$ 109 bilhões, com forte ênfase nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás.
Distribuição dos investimentos
Do montante total de US$ 109 bilhões, a empresa destinará US$ 91 bilhões para projetos já em implantação e outros US$ 18 bilhões para oportunidades em avaliação. A estratégia reflete um cenário de preços mais baixos do petróleo, com a companhia adotando critérios mais restritivos na aprovação de projetos para garantir sustentabilidade financeira.
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, destacou que "os investimentos somam um volume significativo para a economia brasileira, representando 5% dos investimentos totais no país". Ela também projetou a geração de 311 mil empregos diretos e indiretos e uma contribuição tributária de R$ 1,4 trilhão para municípios, estados e União até 2030.
Foco em exploração e produção
O segmento de Exploração e Produção (E&P) receberá a maior fatia dos investimentos, com US$ 69,2 bilhões destinados à carteira em implantação. Desse total, 62% serão alocados no pré-sal, 24% em campos do pós-sal, 10% em exploração e cerca de 4% em outros projetos.
A companhia elevou suas projeções de produção, esperando atingir o pico de 2,7 milhões de barris de petróleo por dia em 2028, e 3,4 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia em 2028 e 2029. Para este ano de 2025, a projeção é de cerca de 2,4 milhões de barris diários.
Até 2030, serão implantados 8 novos sistemas de produção, sendo que 7 já estão contratados. No Campo de Búzios, no pré-sal, a empresa prevê concluir a implantação de 11 FPSOs até 2027, com entrada em operação das plataformas P-78, P-79, P-80, P-82 e P-83.
Estratégia de transição energética
A Petrobras mantém seu compromisso com a transição energética, destinando US$ 13 bilhões para iniciativas de baixo carbono, o que representa 12% do investimento total. Esse montante engloba projetos em energias renováveis, bioprodutos, ações de descarbonização e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Entre as metas ambientais, a empresa reafirmou a ambição de neutralizar suas emissões operacionais até 2050 e estabeleceu como objetivo manter as emissões anuais abaixo de 55 milhões de toneladas de CO2 equivalente até 2030.
No segmento de Gás e Energias de Baixo Carbono, estão previstos investimentos de US$ 4 bilhões, com foco em etanol, biodiesel, biometano e outros combustíveis sustentáveis.
Otimização de custos e resiliência financeira
O plano introduz um novo mecanismo para a carteira em implantação, dividindo-a em duas classificações: "Carteira Base" de US$ 81 bilhões e "Carteira Alvo" de US$ 91 bilhões. A diferença de US$ 10 bilhões estará condicionada à análise da capacidade de financiamento, com avaliações trimestrais determinando o avanço desses projetos.
Além disso, a empresa prevê uma economia de US$ 12 bilhões em custos operacionais entre 2025 e 2030, representando uma redução média anual de 8,5% em relação ao plano anterior. As medidas incluem otimização logística, redução de gastos em plataformas sem produção e postergação de serviços não prioritários.
Para garantir resiliência financeira, o plano estabelece um limite de dívida bruta de US$ 75 bilhões, com convergência para US$ 65 bilhões, e um caixa mínimo de US$ 6 bilhões.
O fluxo de caixa projetado mostra resiliência, com Brent de equilíbrio para neutralidade da dívida líquida de US$ 59 por barril em 2026 e US$ 48 por barril em 2030, indicando uma trajetória de fortalecimento financeiro ao longo do período.