
O clima no setor automotivo brasileiro está mais tenso do que engarrafamento na Marginal Tietê numa sexta-feira de chuva. Quatro das maiores montadoras do país — GM, Volkswagen, Stellantis e Toyota — resolveram bater o pé e cobrar posicionamento do governo sobre um assunto espinhoso: a crescente presença de veículos chineses montados em solo brasileiro.
O Xis da Questão
Parece briga de torcida organizada, mas o buraco é mais embaixo. As gigantes do setor alegam que os chineses estão jogando sujo — ou pelo menos usando regras que, na visão delas, distorcem a concorrência. "É tipo chegar num jogo de futebol com as traves menores", reclama um executivo que prefere não se identificar.
Os números? Bem, isso dói no bolso. Enquanto as tradicionais veem vendas murcharem, as montadoras chinesas expandiram em 37% só no primeiro semestre. E olha que a economia não está lá essas coisas.
O Que as Montadoras Querem
- Revisão dos benefícios fiscais — tem coisa que não cheira bem
- Nível de nacionalização — será que é jogo limpo?
- Regras mais duras para quem "monta só o básico" e chama de produção local
Numa reunião que mais pareceu um SOS, os executivos deixaram claro: ou o governo segura essa onda, ou a conta vai chegar — e quem paga é o emprego brasileiro.
O Outro Lado da Moeda
Mas calma lá que a história tem mais capítulos. As chinesas rebatem: "Estamos seguindo as regras do jogo e investindo pesado no Brasil". E de fato, algumas já anunciaram bilhões em novas fábricas.
O governo, nessa sinuca de bico, tenta equilibrar o prato: "Queremos indústria forte, mas também preços acessíveis", diz um técnico do Ministério da Economia, enquanto ajusta os óculos sem grau.
E o consumidor? Esse está na plateia, torcendo por preços mais baixos — mas com medo do desemprego na esquina. Como diz meu tio no almoço de domingo: "Nada como um dia atrás do outro pra ver no que dá".