O cenário econômico brasileiro ganhou um respiro em outubro, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrando uma significativa desaceleração. O indicador, que é uma prévia da inflação oficial, ficou em 0,18% no mês, representando uma queda expressiva em relação ao 0,44% registrado em setembro.
Alimentos: O Herói da Desaceleração Inflacionária
O grande protagonista dessa queda foi o grupo de Alimentos e Bebidas, que recuou impressionantes 0,72%. Esse desempenho interrompeu uma sequência de quatro meses de altas consecutivas, trazendo alívio imediato para o orçamento das famílias brasileiras.
Entre os produtos que mais contribuíram para essa queda estão:
- Tomate: impressionante queda de 19,78%
- Cebola: redução de 10,63% nos preços
- Batata-inglesa: recuo de 5,46%
- Óleo de soja: diminuição de 3,53%
Setores que Ainda Preocupam
Apesar do cenário positivo geral, alguns grupos ainda apresentaram pressão inflacionária. O segmento de Habitação foi o que mais contribuiu para a alta do índice, com aumento de 0,60%, puxado principalmente pelas contas de:
- Energia elétrica residencial
- Gás de botijão
Outros grupos que registraram altas significativas incluem:
- Transportes: 0,48% de aumento
- Despesas Pessoais: 0,44% de alta
- Saúde e Cuidados Pessoais: 0,36% de incremento
Perspectivas para os Próximos Meses
Analistas econômicos destacam que a desaceleração da inflação em outubro representa um importante sinal de controle dos preços, especialmente considerando o comportamento dos alimentos, que têm peso significativo no orçamento das famílias de menor renda.
O resultado acumulado em 12 meses do IPCA-15 agora se posiciona em 3,69%, mantendo-se dentro da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Esse desempenho reforça as expectativas de manutenção do atual ciclo de cortes na taxa básica de juros, o que pode significar crédito mais barato e estímulo ao consumo nos próximos meses.