O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estabeleceu uma condição clara para que o governo federal analise qualquer tipo de auxílio financeiro aos Correios. Em declaração dada na quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, o ministro afirmou que qualquer apoio depende da aprovação prévia de um plano de recuperação ou reestruturação da empresa estatal.
Condição para evitar desperdício de recursos
A posição do Ministério da Fazenda visa evitar a liberação de verbas públicas sem um diagnóstico completo da situação e sem medidas formais para reverter o cenário crítico. Haddad foi enfático ao declarar que não haverá aportes, empréstimos ou avais sem que um plano sólido esteja em vigor.
O Tesouro Nacional já negou um pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões feito pelos Correios junto a cinco bancos: Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. A decisão foi tomada devido aos juros elevados do mercado.
Prejuízo bilionário e causas do déficit
A empresa postal brasileira enfrenta uma situação financeira gravíssima. Entre janeiro e setembro de 2025, os Correios acumularam um prejuízo de R$ 6,05 bilhões. Esse resultado negativo é atribuído a uma combinação de fatores, que incluem:
- Perda significativa de competitividade no mercado.
- Aumento constante das despesas operacionais.
- Derrotas em ações judiciais que oneraram as contas.
- Problemas históricos e persistentes de gestão interna.
Diante desse quadro, o governo mantém uma equipe técnica dedicada exclusivamente ao caso dos Correios e deve continuar avaliando alternativas de solução nos próximos meses.
Possibilidade de aporte dentro das regras fiscais
Apesar da postura firme, o ministro Haddad não descartou completamente a possibilidade de uma futura injeção de recursos federais. Ele afirmou que o Tesouro está estudando o assunto, mas reforçou que qualquer decisão precisará respeitar integralmente as regras do arcabouço fiscal.
O ministro negou qualquer relação entre uma eventual ajuda e possíveis flexibilizações nas metas fiscais. Como medida preventiva, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026 incluiu a previsão de R$ 10 bilhões fora da meta fiscal das estatais. Esse valor criaria uma margem orçamentária caso o governo decida, de fato, realizar um aporte nos Correios no futuro.
A situação da estatal permanece sob análise rigorosa, com o governo buscando um equilíbrio entre a necessidade de preservar um serviço público essencial e a responsabilidade fiscal.