Exportações de Viracopos para os EUA Desabam 18,5%: O Efeito Dominó do Tarifaço
Exportações de Viracopos para EUA caem 18,5%

Parece que a conta chegou, e não foi barata. O tão comentado – e temido – 'tarifaço' imposto pelos Estados Unidos começou a mostrar suas garras, e o aeroporto de Viracopos, um dos principais hubs de carga do Brasil, está sangrando. Os números do primeiro semestre de 2025 são, para ser direto, assustadores: um tombo de 18,5% no volume de exportações direto para o território norte-americano.

Não é pouco, é um rombo. A gente tá falando de uma retração que mexe com o bolso de todo mundo na região de Campinas, um dos motores econômicos do estado. E olha, o pior é que isso não foi um acidente de percurso, mas sim uma consequência direta e totalmente previsível daquela enxurrada de impostos que os EUA resolveram jogar sobre nossos produtos.

Os Números que Ninguém Queria Ver

Quando a gente abre a planilha, a frieza dos dados dá até um arrepio. De janeiro a junho de 2024, Viracopos havia embarcado algo em torno de 89 mil toneladas de mercadorias com destino aos EUA. Agora, no mesmo período de 2025? Queda livre para 72,5 mil toneladas. Faz as contas: são 16,5 mil toneladas a menos cruzando o oceano. É carga que ficou no chão, negócio que não foi fechado, dinheiro que evaporou.

E não para por aí. O prejuízo financeiro é ainda mais doloroso. O valor embarcado despencou 21,4%, saindo de US$ 786 milhões para US$ 618 milhões. Uma diferença de US$ 168 milhões que, convenhamos, faz uma falta danada para qualquer economia.

Mas Afinal, o Que Está Saindo – Ou Não Saindo – do País?

A cesta de exportações que mais sofreu é um retrato fiel do que o Brasil coloca no avião. O setor de alimentos, sempre um dos nossos carros-chefe, levou uma paulada. Dá pra imaginar o produtor rural olhando para a safra e sem ter para quem vender, ou pior, vendendo por muito menos.

E não foram só os alimentos. Outros produtos manufaturados, aquele tipo de coisa que gera emprego e renda aqui dentro, também encolheram de forma alarmante. É como se um tapete tivesse sido puxado debaixo dos exportadores. Do dia para a noite, a conta não fechou mais. O preço final, inflado pelas tarifas, simplesmente espantou o comprador americano.

E o Resto do Mundo? Também Sentiu o Baque?

Aqui é que está um dado no mínimo curioso. Enquanto o mercado dos EUA encolhia, as exportações de Viracopos para outros cantos do planeta… bem, na verdade, até que se mantiveram estáveis. É uma informação que dá o que pensar, não é? Parece que o problema não é falta de comprador global, mas sim uma barreira específica, criada artificialmente, em uma das nossas rotas mais vitais.

Isso levanta uma questão crucial: será que estamos colocando muitos ovos na mesma cesta? A dependência de um único mercado, por mais gigante que ele seja, mostrou sua fragilidade. De repente, a necessidade de diversificar parceiros comerciais saiu do papel teórico e virou uma urgência prática.

E Agora, José?

O futuro, é claro, ninguém sabe. Mas o presente já é bastante desafiador. Esse cenário joga uma luz crua sobre a vulnerabilidade das nossas cadeias de exportação. Fica claro como a política econômica de outros países pode, com uma canetada, virar o jogo contra nós.

Espera-se, é claro, que os negociadores brasileiros estejam com o telefone quente, tentando costurar algum tipo de acordo ou entendimento. Porque do contrário, o prejuízo pode ser só o primeiro de muitos. A perda de mercado é uma coisa terrivelmente difícil de recuperar depois.

Enfim, os números de Viracopos são mais do que apenas estatísticas. Eles são um termômetro de um problema muito maior. E pelo visto, a febre está alta.