
Olha, a gente até tenta não se assustar com os números que saem por aí, mas esse aqui é daqueles que dói na alma. Enquanto a taxa geral de desemprego no país ficou em 6,9% no trimestre encerrado em abril – o que já não é pouco –, os jovens entre 18 e 24 anos estão levando uma rasteira monumental: 14,5% deles estão sem trabalho. Sim, você leu certo: mais que o dobro.
É como se essa galera estivesse tentando subir uma escada rolante que desce – e rápido. Os dados da PNAD Contínua, divulgados pelo IBGE, não mentem: a crise é desproporcional e atinge justamente quem está começando.
Por que isso acontece?
Não é mistério, mas é complexo. A falta de experiência pesa – e muito. Empresas muitas vezes preferem quem já tem currículo. Aí junta a concorrência acirrada, a instabilidade econômica e – pasme – a sobrequalificação. Tem jovem saindo da faculdade e pegando vaga que não exige diploma, tirando oportunidade de quem nem estudou. Virou uma bagunça generalizada.
E não para por aí. Quem consegue emprego, muitas vezes, está em subocupações. Trabalho informal, bico, contrato temporário... tudo menos estabilidade. É desanimador.
E as consequências?
Além do óbvio – falta de dinheiro –, o impacto psicológico é brutal. Gera ansiedade, sensação de fracasso e adia planos básicos como sair da casa dos pais, constituir família ou até continuar estudando. É uma geração inteira sendo posta em espera.
E olha, isso não é drama. É economia real. Jovem sem emprego significa menos consumo, menos inovação e, no longo prazo, menos contribuintes para a Previdência. Um tiro no pé do país.
E as regiões?
Norte e Nordeste seguem com as piores taxas, mas o Sudeste – especialmente São Paulo – também sofre. A concentração de oportunidades não está resolvendo o problema; está apenas realocando a frustração.
Enfim, os números estão aí. Eles mostram uma realidade dura, mas que precisa ser encarada. Sem políticas públicas eficientes e sem abertura real do mercado, vamos continuar patinando. E quem paga o pato é sempre o mesmo.