
Os terminais de carga dos principais aeroportos do país estão operando no limite. E não é por acaso: nos últimos dias, houve uma corrida contra o relógio para enviar mercadorias aos Estados Unidos antes que novas tarifas comerciais entrem em vigor.
Segundo fontes do setor, o volume despachado aumentou em média 30% em relação ao mesmo período do mês passado. "É como se todos os exportadores tivessem acordado com a mesma urgência", comenta um agente de carga de Guarulhos, que prefere não se identificar.
O que está por trás desse frenesi?
Rumores — ainda não confirmados oficialmente — indicam que Washington pode anunciar em breve sobretaxas para diversos produtos brasileiros. E quando esse tipo de notícia circula, quem entende do riscado não espera sentado.
Alguns itens que estão indo a todo vapor:
- Carnes processadas (sim, aquela picanha premium que os americanos adoram)
- Componentes automotivos
- Produtos químicos especiais
- Equipamentos médicos
Curiosamente, até frutas tropicais estão pegando carona nesse voo — literalmente. "Manga e melão estão indo como se não houvesse amanhã", brinca um operador logístico de Viracopos.
E os custos? Bom...
Aqui a coisa fica menos animadora. Com a demanda nas alturas, as tarifas aéreas já subiram cerca de 15-20%. E adivinhe só quem acaba pagando a conta? "No final, esse custo extra sempre repassa para o consumidor lá fora ou para as margens apertadas dos exportadores", explica uma analista de comércio exterior.
Enquanto isso, nos bastidores, diplomatas e representantes comerciais trabalham a todo vapor para evitar — ou pelo menos amenizar — o que está por vir. Mas no mundo dos negócios, como se sabe, esperança não é estratégia.
Resta saber: será que essa corrida antecipada vai valer a pena quando — e se — as novas regras entrarem em vigor? A resposta, como tudo nesse jogo comercial, está nas entrelinhas dos acordos que ainda estão sendo costurados.