Decisão norte-americana beneficia mais de 200 produtos brasileiros
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 21 de setembro, a eliminação das tarifas de 40% que estavam sendo aplicadas sobre diversos produtos brasileiros. A decisão foi formalmente publicada pela Casa Branca e representa um significativo avanço nas relações comerciais entre os dois países.
A medida é válida para mercadorias que ingressaram no território norte-americano a partir do dia 13 de novembro, abrangendo uma ampla gama de itens do agronegócio brasileiro. A seleção inclui produtos como carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros itens que compõem a pauta de exportações do Brasil.
Expansão das exceções tarifárias
Esta não é a primeira movimentação positiva nas relações comerciais recentemente. Na semana passada, os Estados Unidos já haviam reduzido as tarifas de importação de aproximadamente 200 produtos alimentícios brasileiros, incluindo café, carne, açaí e manga.
Naquela ocasião, as taxas haviam caído de 50% para 40%. Agora, com a nova decisão, a tarifa para produtos como café e carne retorna aos patamares anteriores ao tarifaço implementado durante o governo Trump, fortalecendo a competitividade das exportações brasileiras.
Setor produtivo comemora decisão
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) manifestou satisfação com a medida, destacando que ela reforça a estabilidade no comércio entre os países e mantém condições equilibradas para os exportadores.
Em nota oficial, a entidade afirmou que "a medida demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro", ressaltando que essas ações contribuíram para um desfecho construtivo e positivo para o setor.
A Amcham Brasil, Câmara Americana de Comércio para o Brasil, classificou a decisão como "muito positiva" e enfatizou a necessidade de intensificar o diálogo bilateral para estender a eliminação dessas sobretaxas aos demais produtos ainda impactados.
Segundo a entidade, "a medida representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral", com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas e sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países.
Impacto em diversas cadeias produtivas
Luis Rua, secretário de comércio e relações internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, destacou que a decisão é especialmente importante para cadeias produtivas como água de coco e castanhas, além dos produtos já mencionados.
O secretário afirmou que "é uma excelente notícia para o Brasil, que é um importante provedor de alguns produtos agropecuários", e que agora o país volta a ter acesso competitivo ao relevante mercado dos EUA, contribuindo para a estabilização de preços para alguns produtos.
No cenário político, Lindberg Farias, líder do PT na Câmara dos Deputados, exaltou a liderança do presidente Lula, o trabalho estratégico do vice-presidente Geraldo Alckmin e a diplomacia firme e competente do ministro Mauro Vieira para a conquista da decisão favorável dos EUA.
Em publicação na rede social X, o parlamentar afirmou que "a medida fortalece o setor produtivo primário do nosso país, reduz custos e amplia a competitividade dos nossos produtores", atribuindo o resultado a uma política econômica alinhada com uma política externa profissional.
A decisão ocorre após o encontro entre o presidente norte-americano Donald Trump e o presidente brasileiro Lula, realizado no dia 26 de outubro na Malásia, demonstrando que o diálogo em alto nível entre as duas nações vem rendendo frutos concretos para o comércio bilateral.