
Pois é, galera. A notícia da deflação em agosto chegou como um alívio para o bolso de muitos, mas calma lá – não é hora de soltar fogos ainda. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deu uma recuada de 0,36% no mês passado, mas isso não significa que o Copom vai baixar a guarda tão cedo.
Na verdade, quem entende do riscado já sabe: essa queda foi pontual. Coisas como energia elétrica – que despencou mais de 5% – e gasolina puxaram o índice para baixo. Mas e os outros setores? Seguem firmes, resistentes. Quase teimando em não ceder.
O Copom não se deixa enganar por um mês só
O Comitê de Política Monetária do Banco Central não é bobo. Eles olham além dos números isolados. Analisam tendências, expectativas, o cenário internacional… Tudo. E agora? A inflação acumulada em 12 meses ainda está em 4,61% – acima do centro da meta, que é 3%. Ou seja: ainda há chão pela frente.
E tem mais. Os preços administrados – aqueles que o governo influencia – caíram, mas os livres? Subiram. Os serviços então, nem se fala. Seguem pressionados, mostrando que a demanda ainda está quente. Muito quente para o BC baixar a Selic agora.
O que esperar da próxima reunião?
Praticamente ninguém no mercado espera um corte na taxa básica de juros na reunião que vem. A Selic deve continuar nos 13,75% ao ano. O Copom deve manter o discurso de vigilância – afinal, a inflação de serviços e a expectativa das pessoas ainda estão altas.
Não adianta mirar um dado só e achar que a guerra está ganha. A desinflação ainda é lenta, desigual e cheia de altos e baixos. E o Banco Central não vai arriscar o trabalho de meses por causa de um recuo isolado.
Resumindo? Agosto trouxe um suspiro, mas a batalha contra a inflação segue firme. E o Copom, com certeza, não vai vacilar.