Correios aprovam empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturação
Correios aprovam empréstimo de R$ 20 bi

Correios buscam R$ 20 bilhões para superar crise financeira

O Conselho de Administração dos Correios autorizou na sexta-feira (28) a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões como parte do plano de reestruturação da empresa estatal. A operação contará com garantia do Tesouro Nacional e sua formalização ainda depende de aprovação pela Secretaria do Tesouro, vinculada ao Ministério da Fazenda.

Calendário de liberação dos recursos

Segundo membros da administração da estatal, a expectativa é que R$ 10 bilhões sejam liberados ainda este ano. Em 2026, os Correios devem receber a outra metade do valor, dividida em duas parcelas de R$ 5 bilhões cada.

A intenção de contratar o empréstimo havia sido anunciada pelos Correios em outubro deste ano. Na ocasião, a cúpula da empresa informou que a medida seria adotada para recuperar caixa e recolocar as contas da companhia em uma trajetória positiva.

Crise financeira e prejuízos acumulados

Os Correios enfrentam uma grave crise financeira e têm registrado sucessivos prejuízos. De acordo com informações da empresa, até setembro deste ano o rombo acumulado é de R$ 6 bilhões.

Em outubro, ao anunciar o plano de reestruturação, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou que os problemas financeiros estavam afetando a operação da empresa em diversas frentes, incluindo o pagamento de fornecedores.

"Nos últimos anos, o que vem acontecendo com a empresa, e isso vem de forma crescente é que, a perda de market share, a perda de competitividade, vem fazendo com que a gente tem a perda de receita", disse Rondon. "Essa perda de receita impacta o caixa e ao impactar o caixa. Aí, eu falo, principalmente nos últimos meses, a gente vem afetando a operação que potencializa esse ciclo negativo".

Estratégia de recuperação e projeções

Rondon explicou que, além de recompor o caixa, o empréstimo também será utilizado para financiar ajustes fiscais e operacionais. "O que a gente está negociando de operação é para ter reequilíbrio da empresa em 2025 e 2026, ter tempo de adotar as medidas que começam a impactar em 2026, para em 2027 a gente conseguir iniciar um ciclo de balanço em azul. Então a ideia é que em 2027 a empresa já esteja reequilibrada. Lucro em 2027", declarou o presidente.

Segundo apurações, a taxa de juros do empréstimo deve ficar acima de 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Membros do governo avaliam que a taxa é considerada alta para os padrões de operações garantidas pelo Tesouro.

Em comunicado divulgado no sábado (29), a empresa não confirmou detalhes da operação: "As condições financeiras da operação ainda estão sendo tratadas junto às instituições envolvidas e, por ora, não podem ser detalhadas".