
O brasileiro tá com o pé atrás — e não é pouco. Aquele otimismo que a gente via há um ano? Esfumou feito fumaça de churrasco em dia de vento. É o que revela a mais recente pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que mede o termômetro da confiança do consumidor.
Os números são pra fazer torcer o nariz: o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 4,3 pontos em apenas doze meses. Parece pouco? Quando a gente traduz pra realidade do dia a dia, significa que o cidadão tá segurando mais a carteira, adiando compras e dormindo com um olho aberto.
O que tá pegando?
Três fatores principais esquentam a cabeça do brasileiro médio:
- Custo de vida nas alturas — o arroz continua pesando no bolso
- Emprego com cara de fim de feira — poucas opções e qualidade duvidosa
- Crédito mais raro que achados em brechó — juros altos e aprovação difícil
"A gente percebe uma mudança de postura", analisa o economista-chefe da ACSP, num tom que mistura preocupação com resignação. "Em 2022 ainda havia um certo fôlego, agora o consumidor parece ter entrado em modo defensivo."
Efeito dominó
Quando o Zé das Couves segura o dinheiro, a economia toda sente. Pequenos negócios — aquela padaria da esquina ou a lojinha de materiais de construção — são os primeiros a notar o baque. E olha que a pesquisa foi feita antes da última turbulência política, o que sugere que o quadro pode piorar.
Curiosamente, enquanto o brasileiro comum tá com o humor na fossa, os investidores parecem viver em outra realidade. O mercado financeiro segue dançando conforme a música, num contraste que deixaria até sociólogo de cabelo em pé.
E aí, vai melhorar? A ACSP não arrisca palpite, mas as projeções não são das mais animadoras. Com inflação teimosa e juros que insistem em não cair direito, o consumidor provavelmente vai continuar com o modo econômico ativado por um bom tempo.