O custo da cesta básica na capital do Acre, Rio Branco, registrou uma queda significativa de 6,14% no período compreendido entre setembro e dezembro de 2025. A informação foi divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC) na última terça-feira, dia 2. A redução acumulada no quadrimestre representa um alívio para o orçamento das famílias de baixa renda, embora alguns produtos essenciais tenham apresentado aumentos expressivos nos últimos meses do ano.
Quedas e altas pontuais nos preços
O levantamento detalhado aponta que, especificamente no mês de dezembro, o valor total da cesta básica ficou 5,23% mais barato em relação a novembro. O custo médio passou para R$ 671,81, podendo variar entre R$ 635,81 e R$ 717,83, dependendo do estabelecimento comercial.
A redução geral foi impulsionada por quedas expressivas no preço de itens fundamentais no consumo diário. De novembro para dezembro, os produtos que apresentaram maior deflação foram:
- Tomate: queda de 35,48%
- Macarrão: redução de 27,72%
- Café em pó: baixa de 20,21%
- Leite: recuo de 13,73%
- Carne (coxão mole): diminuição de 2,18%
Entretanto, nem todos os itens seguiram essa tendência de baixa. Dois alimentos básicos na dieta regional registraram aumentos consideráveis. O feijão-carioca subiu 25,08% apenas em dezembro, acumulando uma alta de 19,43% desde setembro. Já a farinha de mandioca teve aumento de 22,53% no último mês do ano, com uma valorização acumulada de 24,47% no quadrimestre analisado.
Volatilidade e cenário econômico moderado
Egídio Garó, assessor da presidência da Fecomércio-AC, comentou os resultados. Ele destacou que, apesar da redução acumulada ser um dado positivo, o comportamento de produtos como feijão e farinha revela uma fragilidade no cenário. "A redução acumulada é positiva, mas o comportamento de produtos como feijão e farinha mostra que ainda há muita volatilidade. Mesmo com queda geral, nem todos os alimentos acompanham essa tendência", afirmou.
Os dados históricos da pesquisa mostram uma trajetória de oscilações nos últimos meses. Acompanhe a evolução do custo:
- Maio/2025: R$ 694,75
- Junho/2025: R$ 650,63 (queda)
- Julho/2025: R$ 715,10 (alta)
- Agosto/2025: R$ 676,44 (queda)
- Setembro/2025: R$ 715,75 (alta)
- Outubro/2025: R$ 665,70 (queda)
- Novembro/2025: R$ 708,85 (alta)
Em uma análise do quadrimestre anterior (agosto a novembro de 2025), o custo total da cesta básica na verdade teve um aumento acumulado de 4,79%. Esse resultado, segundo o estudo, reflete variações pontuais, mas ainda indica um comportamento de preços considerado moderado para o período.
Perspectivas e fatores de influência
O levantamento da Fecomércio considera o consumo mensal de uma família composta por até três adultos ou dois adultos e duas crianças. A pesquisa alerta que, mesmo com o leve recuo observado no fim do ano, produtos de forte consumo local continuam sendo os mais suscetíveis a fatores externos.
Condições climáticas, custos de transporte e variações na oferta são apontados como os principais elementos que impactam esses itens, mantendo as projeções para os próximos meses em um patamar cauteloso.
Egídio Garó complementou que a tendência nacional de alta em produtos como feijão e farinha deve continuar influenciando os preços no estado do Acre. "Mesmo em cenário de desaceleração geral, esses produtos são muito sensíveis e acabam pressionando a cesta de forma pontual. Por isso, o consumidor ainda deve sentir oscilações", finalizou o assessor.
O cenário misto, com queda geral mas altas em itens específicos, demonstra a complexidade da formação de preços dos alimentos e a necessidade de monitoramento constante para as famílias que dependem desses produtos básicos.