
Parece que o Ceará virou alvo preferencial no jogo de xadrez comercial entre Brasil e Estados Unidos. Desde que os americanos aumentaram as tarifas de importação para 52 categorias de produtos — numa jogada que pegou todo mundo de surpresa —, o estado nordestino está sentindo na pele os efeitos desse terremoto econômico.
Os números não mentem: enquanto o país inteiro sofre com a medida, o Ceará aparece no top 3 dos estados mais afetados. E olha que não estamos falando de pouco coisa — estamos falando de milhões de dólares em exportações que simplesmente... evaporaram. Quem diria que umas assinaturas em Washington poderiam causar tanta dor de cabeça em Fortaleza, né?
O que exatamente mudou?
Antes, era mais fácil vender castanha de caju e frutas tropicais para o Tio Sam. Agora? Cada container que sai dos portos cearenses leva junto um pedaço maior do lucro — tudo engolido por essas tarifas malucas. E não adianta chorar: os importadores americanos não estão nem um pouco dispostos a pagar a diferença.
Os setores mais atingidos:
- Fruticultura: o melão, nosso queridinho de exportação, perdeu competitividade da noite pro dia
- Pescados: a lagosta, que já enfrentava seus perrengues, agora sofre duplamente
- Têxtil: as confecções, que eram nossa carta na manga, estão com o preço lá nas alturas
E o pior? Ninguém sabe direito quando — ou se — essa situação vai melhorar. O governo federal promete negociar, mas entre promessa e realidade... bem, você conhece o ditado.
Efeito dominó na economia local
O que muita gente não percebe é que isso não afeta só os grandes exportadores. O cara que vende lanche perto do porto, o motorista de caminhão que faz o transporte, o pequeno produtor rural — todos estão sentindo o baque. É como se alguém tivesse fechado uma torneira de dinheiro que mantinha meio estado funcionando.
"A gente trabalha o ano todo pensando nessa época", desabafa um produtor de melão que preferiu não se identificar. "Agora? Tô pensando é em como vou pagar as contas." Duro, muito duro.
Enquanto isso, os outros estados do Nordeste — especialmente Rio Grande do Norte e Bahia — também estão na corda bamba, mas parece que o Ceará levou o golpe mais forte. Será o preço de ser tão bom no que faz? Ironias do comércio internacional...