Brasil entra no top 20 de países com mais milionários, aponta relatório
Brasil entre os 20 países com mais milionários do mundo

O Brasil se consolida como um dos principais mercados de riqueza do mundo, ocupando uma posição de destaque no ranking global de milionários. É o que revela o Global Wealth Report 2025, estudo divulgado pelo banco suíço UBS.

Brasil no mapa global da riqueza

De acordo com o levantamento, o país figura na 19ª posição entre as nações com maior número de adultos milionários. O critério utilizado considera o patrimônio investível superior a US$ 1 milhão, excluindo a residência principal do cálculo. Nesta métrica, o Brasil conta com 433 mil pessoas nessa faixa de riqueza.

O desempenho coloca o país à frente de nações desenvolvidas com economias estáveis, como Suécia (85 mil), Noruega (83 mil), Áustria (77 mil) e Irlanda (65 mil). O resultado é ainda mais significativo ao se considerar o contexto de instabilidade econômica, juros elevados e desvalorização cambial enfrentados nos últimos anos, fatores que não impediram a manutenção de uma base elevada de grandes fortunas.

Liderança regional e concentração de renda

Na América Latina, a liderança brasileira é incontestável. O país aparece muito à frente de seus vizinhos, com o México em segundo lugar, com 318 mil milionários. Chile e Argentina registram números inferiores a 100 mil indivíduos nessa categoria, reforçando o Brasil como o principal polo de riqueza e negócios da região.

No entanto, o relatório também joga luz sobre um desafio histórico: a baixa densidade de milionários em relação à população total. Enquanto o Brasil tem aproximadamente 2,5 milionários para cada mil adultos, centros financeiros como Suíça, Singapura e Hong Kong superam a marca de 100 por mil. Este dado evidencia o cenário de concentração de renda, onde uma parcela diminuta da população detém a maior parte da riqueza nacional.

Panorama mundial e perspectivas futuras

O ranking mundial é encabeçado pelos Estados Unidos, com impressionantes 23,8 milhões de milionários, o que representa quase 40% do total global. A sequência é formada por China (6,3 milhões), França, Japão, Alemanha e Reino Unido, todos com números entre 2,6 e 3 milhões.

O UBS projeta um crescimento gradual dessa base de clientes de alta renda no Brasil nos próximos anos. A tendência está atrelada à recuperação esperada da economia global e à expansão de oportunidades em setores como tecnologia, agronegócio e infraestrutura. Esse movimento deve manter aquecido o mercado interno para serviços exclusivos, consumo de luxo, investimentos privados e gestão patrimonial personalizada.

Apesar do otimismo com os números absolutos, o relatório não deixa de ressaltar os desafios estruturais do país, como a instabilidade política e a desigualdade social, que permanecem como obstáculos para uma distribuição mais ampla da riqueza gerada.