O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, demonstrou um otimismo cauteloso em relação ao desempenho da economia nacional no próximo ano. A declaração foi feita durante o tradicional almoço de fim de ano da instituição financeira, realizado nesta segunda-feira, 2 de dezembro de 2025.
Cenário macroeconômico com perspectivas positivas
Noronha apresentou números que fundamentam sua visão. Para 2025, a expectativa é de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2%. Já para 2026, a projeção é de uma expansão ao redor de 1,5%. O executivo também destacou o nível de desemprego, que atualmente está em 5,6% e deve se manter próximo a 6% no ano que vem, considerado um patamar baixo.
Outro ponto positivo citado foi o crescimento da massa salarial. Dados da Pnad Contínua revelam que o rendimento real habitual de todos os trabalhos atingiu um recorde de R$ 3.528, com alta de 3,9% no ano. A massa de rendimento real habitual também bateu recorde, alcançando R$ 357,3 bilhões, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.
Inflação sob controle e expectativa cambial
Em relação à inflação, o presidente do Bradesco comentou que as estimativas estão majoritariamente dentro do limite de tolerância da meta. Para 2025, o centro da meta é de 3%, com teto em 4,5%. O Boletim Focus desta semana aponta uma mediana de expectativas para o IPCA em 4,43% para 2025.
Noronha foi além e projetou uma convergência da inflação para 3,2% já no primeiro trimestre de 2027. No frente cambial, o banco espera uma apreciação do real, com a cotação do dólar caindo para R$ 5,25 no próximo ano. A carteira de crédito da instituição deve avançar 7%.
Contexto político e resumo das expectativas
O executivo reconheceu que 2026 será um ano marcado pelo processo eleitoral, o que naturalmente gera movimentos e incertezas. “O resumo da obra é esse. Vamos aguardar naturalmente todos os movimentos que a gente tem para 2026 com as eleições e assim, sucessivamente, para a gente acompanhar o movimento da nossa economia”, afirmou Noronha, encerrando sua fala no evento.
Em síntese, a visão do Bradesco, sob o comando de Marcelo Noronha, é de um cenário econômico para 2026 caracterizado por um crescimento moderado, desemprego controlado, inflação dentro da meta e uma moeda nacional mais valorizada. Um cenário que, nas palavras do próprio presidente, justifica estar “um pouquinho mais otimista que a média”.