
Parece irônico, não? Estados brasileiros que abraçaram a retórica de Trump agora estão entre os mais atingidos pelas novas tarifas americanas. A expressão "fogo amigo" nunca fez tanto sentido.
A administração Trump anunciou na quarta-feira que vai aumentar as tarifas de importação sobre o aço brasileiro de 0% para nada menos que 25%. Sim, leu bem: vinte e cinco por cento. Um aumento brutal que pega todo mundo de surpresa—especialmente quem achava que alinhamento político traria proteção comercial.
Os Aliados Levaram a Pior
Os números não mentem. E são dolorosos. Minas Gerais, governado por Romeu Zema—um entusiasta declarado do trumpismo—exporta sozinho quase 40% de todo o aço brasileiro que vai para os EUA. O estado vai sentir o baque. E como.
Não é só ele. Paraná e Rio Grande do Sul, estados com governadores igualmente alinhados à agenda conservadora americana, também figuram na lista dos mais impactados. Que fria, hein?
O Que Isso Significa na Prática?
Traduzindo: produtos brasileiros ficarão muito mais caros no mercado americano. Menos competitivos. Quem comprava aço daqui vai procurar outros fornecedores. O resultado? Menos exportações, menos receita, menos empregos aqui. Um efeito dominó assustador.
E olha, o timing não poderia ser pior. A economia global já está cambaleante com os efeitos prolongados da pandemia e agora esta… jabuti em cima do trem-bala.
Uma Lição de Realpolitik
Talvez a maior lição aqui seja de realismo político. Na arena internacional, interesses económicos frequentemente falam mais alto que alianças ideológicas. Trump, com seu famoso "America First", deixou isso claro—para desespero de muitos admiradores brasileiros.
Não é pessoal, é negócio. Mas quando o negócio afeta empregos e comunidades, a distinção parece irrelevante para quem está na linha de frente.
E Agora, José?
O governo federal promete "dialogar" com a nova administração. Mas com Biden prestes a assumir, o cenário é de incerteza total. Será que a situação se reverte? Ou piora? Ninguém sabe. O que resta é um gosto amargo de decepção e a sensação de que, no xadrez global, peões podem ser sacrificados—mesmo os aliados.
Uma coisa é certa: a conta chegou. E quem pagará por ela serão justamente os trabalhadores e industriais que acreditaram numa parceria que, na hora H, mostrou suas fissuras.