
Pois é, a notícia chegou como um balde de água fria — ou melhor, de café amargo — para o mercado internacional. Os Estados Unidos decidiram aumentar para 50% a taxação sobre o café brasileiro, e a galera aqui no Sul de Minas já está fazendo as contas (e torcendo o nariz).
O que muda na prática?
Olha só que ironia: enquanto os produtores daqui seguem tranquilos — afinal, a demanda global por nosso café não vai desaparecer do dia para a noite —, quem vai sentir mesmo o baque são os americanos. Sim, aqueles mesmos que não abrem mão do seu "good morning coffee".
"É matemática pura", explica um exportador de Grão Mogol, enquanto toma seu pingado na padaria da esquina. "Com preços mais altos lá, ou o consumidor paga mais caro, ou as torrefadoras americanas reduzem margens. Nós? Continuamos exportando para outros 150 países."
Por trás dos números
- O Brasil é o maior exportador mundial de café
- Os EUA respondem por apenas 15% das nossas vendas externas do produto
- Mercados como Europa e Ásia continuam ávidos pelo grão brasileiro
Não é de hoje que o café mineiro enfrenta barreiras. Lembra daquela crise nos anos 90? Pois é. Só que dessa vez, a história parece diferente. Enquanto Washington brinca de "guerra comercial", nossos produtores seguem colhendo, torrando e exportando — como fazem há gerações.
E tem mais: especialistas avaliam que a medida pode até beneficiar o Brasil no longo prazo. Como assim? Simples. Com preços mais altos nos EUA, torrefadores americanos podem buscar cafés de menor qualidade de outros países... e deixar o nosso produto ainda mais premium.
E o pequeno produtor?
Perguntei pra um agricultor familiar de Carmo de Minas o que ele achava da novidade. A resposta? Um sorriso largo e um "uai, vida que segue". Parece que a resiliência do cafeicultor mineiro é mesmo lendária.
No final das contas, essa história toda me lembra aquele ditado: "quem vai para a chuva é que se molha". E pelo visto, nessa briga de gigantes, quem pode acabar ensopado são os consumidores do Tio Sam.