
O que era para ser mais um dia comum no agronegócio paranaense virou um verdadeiro quebra-cabeça econômico. Do outro lado do oceano, uma decisão tomada em Washington está fazendo tremer as bases da indústria madeireira no sul do Brasil — e não, não é exagero.
Os Estados Unidos, numa jogada que pegou muitos de surpresa, aumentaram as tarifas para produtos florestais brasileiros. E adivinha só? O Paraná, que respira madeira tanto quanto café em outras regiões, está sentindo o baque. "É como se tivéssemos levado um golpe abaixo da cintura", desabafa um produtor de Telêmaco Borba, que prefere não se identificar.
Números que doem
Só pra você ter ideia: o estado é responsável por cerca de 25% de toda a produção nacional de madeira. E agora? Parte significativa desse bolo pode simplesmente... evaporar. Os números são claros:
- Queda estimada de 15% nas exportações para o mercado americano
- Prejuízos que podem chegar a R$ 300 milhões só este ano
- Mais de 5 mil empregos diretos em risco
Não é brincadeira. O setor, que já vinha enfrentando desafios com a logística e custos de produção, agora se vê entre a cruz e a espada. Ou se reinventa, ou definha — não há meio termo.
Efeito dominó
O pior? Isso não para na porteira das serrarias. O impacto escorre como água em terra seca:
- Redução na demanda por transporte rodoviário
- Queda no faturamento de empresas de maquinário
- Menor arrecadação de impostos municipais
Em cidades como Ortigueira e Imbaú, onde a economia gira em torno do setor florestal, a preocupação é palpável. "Aqui, quando o setor espirra, a cidade toda pega pneumonia", brinca — sem graça — o prefeito de uma dessas localidades.
Luz no fim do túnel?
Alguns empresários, porém, já começam a se mexer. A saída? Diversificação. Mercados alternativos na Ásia e Europa estão sendo explorados, enquanto parte da produção pode ser absorvida internamente. "O brasileiro tá aprendendo a valorizar madeira de qualidade", observa uma especialista do setor.
Enquanto isso, no planalto central, o governo federal promete negociar. Mas entre promessa e prática... bem, você conhece o ditado. O fato é que o Paraná está diante de mais um desafio — e dessa vez, veio de além-mar.