Tarifaço no Piauí: Incerteza assombra mais de 40 mil famílias de apicultores
Tarifaço ameaça 40 mil famílias de apicultores no Piauí

Imagine acordar antes do sol nascer, vestir aquele macacão grosso e enfrentar as abelhas só para descobrir que seu sustento está por um fio. É o que rola com mais de 40 mil famílias no Piauí que vivem da produção de mel.

O tal do "tarifaço" — esse monstro que assombra a conta de luz — tá prestes a dar um golpe duro na apicultura local. E olha que a coisa já tava difícil, viu? Com os custos subindo feito foguete, muitos produtores tão se perguntando se vale a pena continuar.

O mel azedou?

Números que doem: o Piauí é um dos maiores produtores de mel do Nordeste, mas essa posição tá ameaçada. A energia elétrica é crucial pra manter as colmeias — desde o processamento até o armazenamento. Sem ela, o produto estraga rápido.

  • Alguns apicultores já relataram custos 3x maiores que no ano passado
  • Cooperativas temem perder contratos com grandes compradores
  • O preço do mel no varejo pode disparar, afastando consumidores

"A gente trabalha o ano inteiro pra colher no verão", desabafa Raimundo Nonato, produtor há 15 anos em Pedro II. "Mas se continuar assim, vou ter que vender as caixas e arrumar outro trampo."

Efeito dominó

Não é só no bolso dos produtores que o tarifaço bate. O mel piauiense é famoso pela qualidade — exportado até pra Europa. Se a produção cair:

  1. Empregos diretos e indiretos desaparecem
  2. Comércio local perde uma atração turística
  3. O ecossistema sofre sem as abelhas fazendo polinização

Pior? Ninguém sabe direito como vai ficar. O governo promete "analisar o caso", mas os apicultores precisam de respostas já. Enquanto isso, o desânimo cresce como enxame sem rainha.

Uma coisa é certa: se nada for feito, o doce negócio do mel no Piauí pode virar história amarga.