China impõe restrições a fertilizantes e Brasil ajusta estratégia
Restrições chinesas a fertilizantes afetam Brasil

As autoridades alfandegárias da China implementaram desde meados de outubro controles mais rigorosos para exportação de fertilizantes, uma medida que já está afetando o fluxo internacional desses insumos essenciais para a agricultura.

Impacto imediato no comércio global

Embora não tenha sido decretada uma proibição formal, o aumento nas exigências de inspeção e licenciamento tem causado atrasos significativos na liberação das cargas. Essa situação já resultou em reprogramação de navios e negociações mais longas sobre prazos e valores.

O movimento das autoridades chinesas tem como objetivo principal priorizar a demanda interna e administrar os preços domésticos do setor. A China é um dos principais fornecedores mundiais de ureia e fertilizantes fosfatados, produtos fundamentais para culturas como soja, milho e café.

Brasil se adapta à nova realidade

Para o Brasil, que importa mais de 80% dos fertilizantes que consome, qualquer alteração no mercado chinês representa um impacto direto na safra e na formação de custos no campo. Traders, cooperativas e distribuidores brasileiros já estão ajustando suas estratégias de compra.

Rodrigo Camargo, Diretor de Novos Negócios da Terra Nova Trading, uma das grandes importadoras do produto no Brasil, explica que "o aumento das exigências altera o tempo entre contratação e embarque". Ele complementa que "para assegurar regularidade na entrega, é necessário diversificar origens e estruturar a proteção cambial já no fechamento do contrato".

Estratégias para garantir o abastecimento

A Terra Nova Trading, que ampliou sua atuação no mercado de fertilizantes com foco em ureia e enxofre, já adaptou suas rotinas para manter o ritmo de entregas a cooperativas, distribuidores e indústrias. A empresa opera com importação para terceiros, integrando:

  • Logística portuária
  • Desembaraço aduaneiro
  • Planejamento tributário
  • Gerenciamento financeiro

Essa abordagem integrada busca mitigar riscos em períodos de oscilação do mercado internacional. A empresa reforçou contratos de médio prazo para garantir maior previsibilidade no abastecimento, uma estratégia que tem sido adotada por outros players do setor.

As mudanças ocorrem em um momento crucial para o agronegócio brasileiro, que depende fortemente desses insumos para manter sua produtividade e competitividade no mercado global.