Juros nas alturas? Produtor rural encontra no consórcio uma saída inteligente para driblar a crise
Produtor rural usa consórcio para fugir de juros altos

O campo está virando o jogo. Enquanto os juros disparam feito foguete de São João, os produtores rurais — aqueles que literalmente colocam comida na nossa mesa — estão encontrando nos consórcios um atalho para não afundar no vermelho. E olha que não é pouco: segundo Rafael Alessi, especialista que há anos decifra esses códigos financeiros, a procura por essa modalidade aumentou tanto que até o gado ficou de olho.

Mas calma lá, não é tão simples quanto comprar uma cota e esperar a sorte bater na porteira. A verdade é que, com o crédito tradicional mais caro que café no aeroporto, o consórcio virou a tábua de salvação para quem precisa de máquinas, equipamentos ou até mesmo terra para plantar. "É como trocar seis por meia dúzia, só que com menos dor de cabeça", brinca um produtor de Sorriso (MT), que prefere não se identificar.

O X da questão

Você deve estar se perguntando: por que diabos o consórcio ficou tão atraente? Bom, a conta é simples (e triste): enquanto um financiamento comum pode chegar a taxas que dão calafrios — estamos falando de mais de 20% ao ano —, no consórcio o juro fica na casa de 1,5% a 3% mensais. Diferença que, no bolso do produtor, significa respirar aliviado.

Mas atenção: nem tudo são flores. Alessi adverte que, como em qualquer negócio, tem que botar na balança. "O consórcio pode ser uma faca de dois gumes", explica. "Se por um lado alivia o custo financeiro, por outro exige disciplina para não se enrolar com as parcelas."

O outro lado da moeda

E tem mais: enquanto no financiamento tradicional o dinheiro cai na conta quase que na hora, no consórcio é preciso esperar o sorteio ou dar um lance — o que pode levar meses. Para quem tem urgência, é como esperar chover no sertão. Mas para projetos a médio prazo? Pode ser a luz no fim do túnel.

Ah, e não pense que é só chegar e comprar. Os especialistas recomendam:

  • Comparar as taxas como se fosse comprar um boi — com lupa e pé atrás
  • Ler o contrato até as letrinhas miúdas (sim, aquelas que ninguém lê)
  • Ter uma reserva para os lances, caso queira acelerar o processo

No final das contas, como dizia meu avô agricultor: "Dinheiro caro é igual a enxada ruim — cansa mais e rende menos". E nesse cenário de juros altos, o consórcio parece estar virando o trunfo dos espertos.