Pedra da vesícula bovina: o 'ouro animal' que vale uma fortuna e movimenta o agronegócio
Pedra bovina vale até R$ 300 mil o quilo; entenda

Quem diria que dentro de um simples boi poderia existir um verdadeiro tesouro? Pois é, a natureza sempre nos surpreende. No mundo do agronegócio, uma pequena formação — que muitos nem imaginam existir — está causando rebuliço e valendo uma pequena fortuna.

O que é esse 'ouro escondido'?

Não, não estamos falando de nenhum corte nobre da carne. Trata-se de uma pequena pedra que se forma na vesícula de alguns bovinos — chamada tecnicamente de bezoar — e que pode valer até R$ 300 mil por quilo. Sim, você leu certo: o preço rivaliza com o de metais preciosos!

"É como encontrar uma agulha no palheiro", brinca um pecuarista de Itapetininga que prefere não se identificar. "Mas quando acha, é pura festa."

Por que vale tanto?

Essas pedrinhas — que mais parecem pequenas joias orgânicas — são cobiçadas principalmente por:

  • Medicina tradicional asiática: acreditam (sem comprovação científica) em propriedades curativas
  • Colecionadores: alguns pagam fortunas por exemplares raros
  • Mercado de curiosidades: itens naturais incomuns sempre atraem interessados

E olha que curioso: estima-se que apenas 1 em cada 10 mil bois desenvolve essas formações. "É mais raro que acertar na Mega-Sena", comenta um frigorífico da região, entre risos.

Como funciona esse mercado?

Não é como comprar carne no açougue. Esse negócio segue regras próprias:

  1. Os frigoríficos treinam funcionários para identificar as pedras durante o abate
  2. Quando encontradas, são separadas e avaliadas por especialistas
  3. O preço varia conforme tamanho, cor e textura — quanto mais "perfeita", mais vale
  4. Compradores asiáticos são os principais interessados

"Tem gente que fica de olho nos leilões como se fosse Bolsa de Valores", conta um pecuarista experiente. "Quando aparece uma pedra grande e bonita, a disputa é acirrada."

Polêmicas e cuidados

Claro que um mercado tão peculiar não fica livre de controvérsias. Alguns especialistas alertam:

  • Não há comprovação científica dos supostos benefícios
  • O comércio precisa seguir regras sanitárias rígidas
  • Existe risco de falsificação (sim, já tentaram vender pedras comuns como bezoar)

Mesmo assim, a procura não para de crescer. "É um daqueles negócios que mostram como a natureza pode nos surpreender", reflete um veterinário. "Quem imaginaria que algo tão simples poderia valer tanto?"