Nova espécie de cigarrinha é identificada por pesquisadores da Unesp
Nova cigarrinha ameaça lavouras de cana-de-açúcar no Brasil

Uma descoberta científica feita por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) promete alterar as estratégias de manejo de pragas em um dos cultivos mais importantes do agronegócio brasileiro. Os estudiosos identificaram uma nova espécie de cigarrinha que já está presente e causando danos em lavouras de cana-de-açúcar em todo o território nacional.

Identificação da nova ameaça

A identificação da nova espécie, cujo nome científico ainda será oficializado, representa um marco no entendimento das ameaças fitossanitárias que atingem a canavicultura. A descoberta foi anunciada no dia 15 de dezembro de 2025, atualizando informações divulgadas inicialmente em 12 de dezembro do mesmo ano. A presença do inseto já foi confirmada em diversas regiões produtoras, indicando uma dispersão ampla e consolidada.

A correta identificação de uma praga é o primeiro e mais crucial passo para combatê-la de forma eficiente. Até então, estratégias de controle podiam estar sendo direcionadas de maneira inadequada, já que se tratava de uma espécie não catalogada pela ciência. A pesquisa da Unesp traz à luz um inimigo até então desconhecido, permitindo que produtores e órgãos de defesa agropecuária ajustem seus métodos.

Impacto nas estratégias de controle

A revelação desta nova cigarrinha tem implicações diretas e imediatas para o setor sucroenergético. Com a identificação correta, é possível estudar especificamente o ciclo de vida, os hábitos e os pontos fracos deste inseto. Essas informações são a base para o desenvolvimento de novas estratégias de combate, que podem incluir desde inseticidas mais específicos até métodos de controle biológico.

O manejo integrado de pragas (MIP) depende de conhecimento preciso. A ação indiscriminada contra insetos, sem saber exatamente com qual espécie se está lidando, pode ser ineficaz, onerosa e causar desequilíbrios ambientais. Portanto, a descoberta dos pesquisadores paulistas não é apenas uma contribuição acadêmica, mas uma ferramenta prática para a preservação da produtividade e da rentabilidade das lavouras.

Contexto do agronegócio brasileiro

Esta notícia surge em um momento de movimentação no campo brasileiro. Enquanto os pesquisadores se debruçam sobre essa nova ameaça à cana-de-açúcar, outros setores também registram fatos relevantes. O volume de exportação de café, por exemplo, registrou uma queda de 21% no acumulado de 2025, após o recorde do ano anterior. Por outro lado, o Brasil ultrapassou a marca de US$ 14 bilhões em vendas externas de carne bovina e o setor de proteína animal deve bater recordes de produção, consumo e exportação.

O cenário evidencia a complexidade e a dinâmica do agronegócio nacional, onde avanços científicos, como o da Unesp, são fundamentais para enfrentar desafios fitossanitários e manter a competitividade internacional. A descoberta reforça a importância do investimento contínuo em pesquisa e inovação para a agricultura brasileira.