
Numa jogada que mistura diplomacia e pragmatismo econômico, o presidente Lula fez um apelo direto ao líder chinês Xi Jinping durante encontro bilateral. O assunto? A retomada das compras do suculento frango brasileiro — que sofreu um baque depois daquela história de gripe aviária no Paraná.
"Foi um papo reto, sem rodeios", contou um assessor que acompanhou a conversa. O Brasil quer — e precisa — que os chineses voltem a abrir as portas para nossa carne branca. Afinal, estamos falando do maior comprador global, que chegou a absorver 40% de tudo que exportamos no ano passado.
O que está em jogo?
Os números falam por si:
- US$ 1,7 bilhão em exportações de frango só em 2024 (até julho)
- Quase 500 mil toneladas embarcadas
- China responde por 13% desse bolo
Mas aí veio o problema: um foco de influenza aviária em março, e os chineses — que são super rigorosos com essas coisas — suspenderam compras de vários estados. Justo quando o setor estava voando alto!
O jogo diplomático
Lula não perdeu tempo. Na conversa com Xi, destacou três pontos cruciais:
- O Brasil tem um dos sistemas de controle sanitário mais respeitados do mundo
- Todas as medidas foram tomadas para conter o surto
- Nossa carne continua segura e de qualidade premium
"É aquela velha história", comentou um diplomata. "Quando a China espirra, o agronegócio brasileiro pega pneumonia. Mas desta vez estamos com o antibiótico na mão — no caso, dados técnicos e transparência."
O clima? De otimismo cauteloso. Fontes do Itamaraty disseram que os chineses pareceram receptivos, mas vão "analisar os dados". Enquanto isso, os frigoríficos brasileiros seguem na expectativa — torcendo para que essa negociação desenrole logo.
E tem mais: essa jogada não é só sobre frango. É sobre manter aberta a principal porta de entrada para nossos produtos agrícolas no mercado mais cobiçado do planeta. Como dizem os pecuaristas: "quando a China compra, o Brasil vira festa".