
O céu ficou vermelho — e não era o pôr do sol. Na tarde desta terça-feira (13), um fogo descontrolado engoliu como um monstro faminto cerca de 200 hectares de plantações de cana-de-açúcar em Osvaldo Cruz, no interior de São Paulo. A fumaça, densa e negra, podia ser vista a quilômetros de distância.
Segundo testemunhas, o fogo começou por volta das 14h, quando a temperatura ultrapassava os 35°C. "Parecia um filme de terror", contou um morador da zona rural, que preferiu não se identificar. "As chamas avançavam rápido demais, saltando de um canavial para outro como se tivessem vida própria."
Esforços hercúleos contra o fogo
Quatro caminhões dos bombeiros, além de tratores agrícolas adaptados, trabalharam sem parar por mais de seis horas. A falta de vento — sorte em meio ao caos — ajudou a evitar que o desastre se espalhasse para áreas habitadas. Mesmo assim, algumas famílias tiveram que ser retiradas de suas casas como medida preventiva.
O Corpo de Bombeiros suspeita que uma faísca de maquinário agrícola possa ter iniciado o incêndio, mas... será? A região está tão seca que até um cigarro mal apagado poderia causar estrago. A Polícia Civil já abriu inquérito para investigar as causas exatas.
Impacto econômico e ambiental
- Perda estimada: R$ 3,5 milhões em cana pronta para colheita
- Área atingida: equivalente a 280 campos de futebol
- Animais silvestres mortos: dezenas de espécies nativas afetadas
"É um golpe duro para a região", admitiu o presidente do sindicato rural local, visivelmente abalado. A safra, que seria colhida em outubro, virou cinzas em questão de horas. E o pior? Não há seguro que cubra totalmente prejuízos dessa magnitude.
Enquanto isso, os agricultores tentam contar os estragos — literalmente. O cheiro de queimado persiste no ar, e o chão, antes verde, agora parece um deserto negro. A natureza levará anos para se recuperar completamente.