EUA retiram tarifas de 40% do açaí brasileiro: exportações retomam
Fim de tarifas dos EUA beneficia exportação de açaí

Retomada das exportações de açaí para os Estados Unidos

Os extrativistas do Amapá estão comemorando a retomada das exportações de açaí para os Estados Unidos após a eliminação das tarifas de 40% que pesavam sobre o produto brasileiro. A decisão anunciada pela Casa Branca na quinta-feira (20) beneficia diretamente produtores locais que haviam sofrido prejuízos significativos com as barreiras comerciais.

Impacto positivo para comunidades extrativistas

A cooperativa AmazonBai, que reúne trabalhadores do Arquipélago do Bailique e da Terra Indígena Wajãpi, já retomou as negociações com clientes norte-americanos. Segundo Amiraldo Picanço, presidente da cooperativa, a medida ampliará a competitividade do produto amapaense no mercado internacional.

"O diálogo com os clientes voltam a ser feito como era anteriormente", afirmou Picanço. "Agora a expectativa é ampliar esse mercado para outros países na Europa. A isenção da taxa sobre o produto e a retomada das exportações trarão resultados bem positivos".

Nas comunidades representadas pela AmazonBai, cerca de 10 mil ribeirinhos dependem economicamente da colheita do açaí, desde a extração do fruto até o transporte pelos rios da região.

Prejuízos anteriores e expectativas futuras

Em julho, antes da retirada das tarifas, a cooperativa foi forçada a cancelar a exportação de 1,5 tonelada de açaí para os EUA, resultando em um prejuízo estimado em R$ 480 mil. A AmazonBai comercializava o fruto como polpa congelada, vendida a aproximadamente US$ 5 o quilo, e como açaí em pó, que chegava a US$ 60 o quilo.

A eliminação da tarifa vale para mercadorias que chegaram ao mercado norte-americano a partir de 13 de novembro, beneficiando mais de 200 produtos brasileiros adicionados à lista de exceções ao "tarifaço" imposto pelo governo Trump.

Enquanto as exportações estavam paralisadas, o preço do açaí no mercado interno do Amapá chegou a cair para R$ 8 o litro em alguns pontos da capital Macapá, reflexo do aumento da oferta local devido à produção que seria destinada ao exterior.

Carlos Oliveira, que trabalha há anos vendendo açaí em Macapá, acompanha as mudanças no mercado e prevê que a retomada das exportações levará a um aumento nos preços. "Desde que comecei a vender açaí, a gente percebe uma mudança muito significativa com relação à demanda, sobretudo a exportação. Com essa retomada, o consumo vai aumentar e a tendência é que o preço também tenha alta", explicou.