
Pois é, o cenário mudou — e como mudou! Quem diria que a tão falada guerra comercial traria consequências tão palpáveis para o setor de ovos brasileiro. Um estudo recente da ESALQ/USP, aquela faculdade de respeito em Piracicaba, joga luz sobre uma reviravolta e tanto no mercado externo.
Os números são claros: as exportações brasileiras de ovos caíram 9,5% no acumulado de janeiro a agosto de 2025. Uma queda que dói no bolso, convenhamos. E o grande vilão? Aquelas tarifas impostas pelos Estados Unidos no começo do ano, que simplesmente inviabilizaram a competitividade do nosso produto por lá.
Os EUA, que eram nosso maior comprador, simplesmente deram uma sumida do mapa. Sumiram! E o Japão, num movimento surpreendente — mas não totalmente inesperado para quem acompanha o jogo geopolítico —, entrou no lugar e agora é o principal destino dos ovos nacionais. Quem viu?
Os números que falam por si
O trabalho da pesquisadora Mariana Bernardino, orientada pelo professor José Roberto dos Santos, é minucioso. Eles mostram que, antes do tarifaço, os Estados Unidos absorviam nada menos que 60% de tudo que exportávamos. Agora? Bem, agora a história é outra.
O Japão, com sua demanda estável e aparente imunidade a essas turbulências, comprou 11,6 mil toneladas só no período. Os Emirados Árabes, sempre presentes, ficaram com 9,6 mil toneladas. E os americanos? Caíram para um terceiro lugar constrangedor, com meras 4,2 mil toneladas. Uma guinada daquelas!
E o que isso significa na prática?
Bom, para o produtor rural, significa se virar nos trinta. Muitos investiram pesado para atender à demanda americana — que exigia ovos brancos, diferente do nosso mercado interno, acostumado aos ovos vermelhos. Agora, parte dessa produção precisa ser redirecionada, o que nem sempre é simples ou barato.
E tem mais: o preço. Com a retração americana, o valor médio de exportação despencou 31,3%. Caiu de US$ 2,11 para US$ 1,45 por dúzia. Um baque violento para a rentabilidade do setor.
Mas nem tudo são espinhos. O estudo aponta que, apesar do tombo, o volume total embarcado ainda é 46% maior que no mesmo período de 2024. Ou seja: a gente levou um rasteira, mas já está se reerguendo. A resiliência do agro brasileiro, mais uma vez, se mostra impressionante.
E você, o que acha? Será que o Japão veio para ficar? Ou os EUA vão reconsiderar essa posição — deles e nossa? O jogo está apenas começando.