MT aprova rastreamento obrigatório do gado do nascimento ao abate
Deputados de MT aprovam rastreio da carne bovina

Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) deram um passo importante para a pecuária estadual ao aprovar, nesta quarta-feira (19), em primeira votação, o projeto de lei que institui o rastreamento obrigatório do rebanho bovino e bubalino em todo o estado.

Monitoramento completo da cadeia produtiva

A proposta, enviada pelo governador Mauro Mendes (União), estabelece que o monitoramento deverá acompanhar todo o ciclo de vida dos animais, do nascimento até o abate, abrangendo toda a cadeia produtiva. O projeto ainda precisa passar por segunda votação antes de ser sancionado.

Na justificativa do texto, o governador destacou que a rastreabilidade da carne e o cumprimento de objetivos socioambientais são fatores essenciais para agregar valor à produção estadual, garantir acesso a linhas de financiamento diferenciadas e ampliar a competitividade em mercados internacionais, especialmente na União Europeia e nos Estados Unidos.

Três programas integrados

O projeto de lei cria três programas específicos para implementar a rastreabilidade:

Passaporte Verde: responsável por rastrear e monitorar as propriedades, transporte e abate dos animais em conformidade com critérios socioambientais.

Programa de Reinserção e Monitoramento (PREM): visa reinserir propriedades que estão desabilitadas para que voltem à atividade econômica, auxiliando na transição e recuperação ambiental desses locais.

Carne de Mato Grosso: cria um selo de certificação para reconhecer a carne produzida que segue critérios de sustentabilidade, qualidade e rastreabilidade.

Investimentos e objetivos ambientais

O projeto autoriza o governo estadual a abrir crédito especial de até R$ 10 milhões para cobrir as despesas necessárias à execução do programa. Também permite a criação de um instrumento financeiro de apoio, com fundo privado sem fins lucrativos, com possibilidade de participação do estado e gestão transparente.

Entre os principais objetivos da lei estão:

• Estimular a regularização ambiental voluntária

• Fortalecer mecanismos de rastreabilidade da produção

• Contribuir para as metas estaduais e nacionais de combate ao desmatamento ilegal

• Gerar incentivos econômicos à produção sustentável

• Garantir maior segurança jurídica aos produtores

• Impulsionar o acesso da carne mato-grossense a mercados de alto valor

O projeto ressalta que Mato Grosso já é reconhecido internacionalmente por seu protagonismo na redução do desmatamento e pela estratégia "Produzir, Conservar e Incluir", apresentada na COP 21, em 2015.

A votação ocorre em um momento estratégico para o estado, que ampliou as exportações de carne bovina para novos mercados internacionais como Argentina e Uruguai, além de habilitar seis frigoríficos para exportar carne bovina à Indonésia.