O programa Piauí de Riquezas, exibido no último sábado (22), revelou como o caju se tornou um dos principais motores econômicos e culturais do estado. Com uma produção que coloca o Piauí entre os maiores produtores brasileiros, a safra transforma-se em diversas formas de alimento e expressões artesanais.
Da colheita à transformação total
A colheita do caju ocorre durante o segundo semestre, com pico de produção entre setembro e dezembro. No povoado Cajaíba, localizado na região da Cacimba Velha, zona rural de Teresina, o cultivo representa uma das atividades econômicas mais importantes.
A agricultora Adriani Frota compartilhou sua experiência: "O caju é uma fruta de excelência, tudo se aproveita. Eu comecei a despertar para o caju através de um curso e aí implantamos. Sempre trabalhando, sempre melhorando". Ela detalha que em sua propriedade são produzidos diversos derivados: cajuína, doce, mel de caju e até carne de caju. Até mesmo o pseudofruto é reaproveitado na alimentação animal.
Versatilidade na gastronomia e economia familiar
Lenildo Lima, presidente da Cooperativa de Produtores de Cajuína do Piauí, enfatizou a diversidade de aplicações do caju na culinária. Entre as receitas desenvolvidas estão lasanha, pastel e paçoca feita com a carne do fruto.
"É a maior fonte de renda da agricultura familiar aqui no estado", destacou Lima. "Nesse período, as pequenas famílias têm a renda justamente com o caju, usando o pedúnculo e a castanha".
Inspiração para o artesanato regional
Além da alimentação, o caju também serve como musa inspiradora para artistas e artesãos. Em Piracuruca, cidade localizada a 200 km de Teresina, a Associação Arte da Terra cria acessórios, roupas e pinturas em tela tendo o fruto como tema central.
Esta diversificação demonstra como o caju transcende sua função alimentar para se tornar um símbolo cultural e econômico que sustenta comunidades inteiras no Piauí, integrando tradição, inovação e sustentabilidade.