
Quem diria que no extremo norte do Brasil, onde o calor parece derreter até as ideias, cientistas estão descobrindo que o café pode ser mais resistente do que se imaginava. Em Roraima, um campo experimental virou palco de uma revolução silenciosa - a do café Robusta Amazônico.
Não é exagero dizer que os pés de café plantados ali estão enfrentando um verdadeiro 'inferno verde'. Temperaturas que beiram os 40°C, umidade que faz até o ar parecer pesado, e ainda assim... seguem firmes. "É como se tivéssemos encontrado os super-heróis do mundo do café", brinca um dos pesquisadores, entre uma medição e outra.
Por que Roraima?
Parece contra-intuitivo, mas faz todo sentido. Enquanto Minas Gerais treme com as geadas, aqui o desafio é outro: fazer o café prosperar onde poucos apostariam. A Embrapa, sempre com um olho no futuro, começou esse trabalho quase como um 'e se...'. E olha só no que deu.
As variedades testadas não são quaisquer uma - foram selecionadas a dedo para resistir:
- Às altas temperaturas (óbvio)
- Aos solos que não são exatamente os mais generosos
- Aos desafios logísticos de produzir no Norte do país
Os primeiros resultados? Surpreendentes. Algumas plantas estão se saindo tão bem que já fazem os técnicos coçarem a cabeça. "Tem pé dando mais fruto aqui do que em regiões tradicionais", confessa um agrônomo, ainda incrédulo.
O que isso significa para o futuro?
Imagine só: uma nova fronteira agrícola se abrindo onde ninguém esperava. Roraima poderia se tornar o novo eldorado do café brasileiro? Ainda é cedo para cantar vitória, mas os sinais são animadores.
Enquanto isso, os pesquisadores seguem no campo, suando a camisa (literalmente), medindo cada folha, contando cada grão. O trabalho é duro, mas a recompensa pode ser histórica - quem sabe não estão plantando as sementes de uma nova era para a cafeicultura nacional?