
Não é de hoje que o café brasileiro enfrenta desafios no mercado internacional — mas dessa vez, a resposta pode ser mais rápida do que se imagina. Segundo um pesquisador do setor, o agronegócio do café tem condições de reagir com agilidade às recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos, um dos principais compradores do produto.
"O setor está mais preparado do que nunca", comenta o especialista, que prefere não se identificar. "A cadeia produtiva aprendeu com crises passadas e hoje tem ferramentas para se adaptar sem perder o fôlego."
Por que essa vez é diferente?
Se nos anos 90 uma medida como essa poderia derrubar exportações, hoje a realidade é outra. Com mercados diversificados e estratégias de valor agregado, os produtores brasileiros têm alternativas — e tempo para reagir.
O segredo? Três fatores cruciais:
- Melhor organização da cadeia produtiva
- Investimento em qualidade e sustentabilidade
- Rede de compradores alternativa na Ásia e Europa
Não que vá ser fácil, claro. Todo mundo sabe que o mercado americano é gordo e importante — representa cerca de 15% das exportações. Mas diferente de outras commodities, o café tem um trunfo: é mais fácil de redirecionar.
O que esperar nos próximos meses?
Segundo análises preliminares, três cenários se desenham:
- Cenário otimista: Negociações diplomáticas reduzem impactos
- Cenário realista: Perda de 5-8% no volume, mas ganho em valor
- Cenário crítico: Reorientação completa para outros mercados
"O café brasileiro não vai sumir das prateleiras americanas", garante o pesquisador. "Mas pode ficar um pouco mais caro — e aí quem perde são os consumidores de lá."
Enquanto isso, os produtores já começam a ajustar as velas. Alguns estão acelerando certificações sustentáveis, que permitem vender a preços melhores. Outros exploram nichos como cafés especiais — menos sensíveis a tarifas.
Uma coisa é certa: dessa vez, o Brasil não vai ficar só levando chá de sumiço. O setor aprendeu a jogar o jogo... e agora sabe as regras melhor que ninguém.