O sul de Minas Gerais mais uma vez se destacou no cenário dos cafés especiais brasileiros. O cooperado Virgolino Adriano Muniz, da cidade de Cabo Verde, conquistou o primeiro lugar no programa Especialíssimo 2025 com seu lote excepcional que atingiu 90,92 pontos na avaliação técnica.
Vitória consagrada após anos de dedicação
Proprietário da Fazenda das Almas, Adriano Muniz comemorou com entusiasmo a conquista do primeiro lugar, depois de já ter ficado em segundo lugar em 2022 e 2023, e em quarto em 2024. A cerimônia de premiação ocorreu na noite de 21 de novembro em Guaxupé (MG), onde o produtor recebeu R$ 50 mil pelo lote campeão.
"A emoção é grande. Esse prêmio mostra que a Fazenda das Almas está usando a tecnologia em conformidade com a que está sendo utilizada pela cafeicultura na atualidade", declarou Muniz, destacando os diversos fatores que contribuíram para o sucesso: "terroir favorável, qualidade, preparo da safra, controle de praga e doença, a parte nutricional e a colheita no momento certo".
Ranking de excelência e premiação milionária
O programa Especialíssimo 2025 distribuiu R$ 330 mil em premiações entre os dez melhores lotes. O segundo lugar ficou com os cooperados Weber Marcos Dias e Edivania Zaneti Dias, de Poços de Caldas (MG), cujo lote alcançou 90,65 pontos e recebeu R$ 30 mil.
O terceiro lugar foi para Edivair José de Carvalho e Luciane de Fátima de Oliveira Carvalho, de Caldas (MG), com 90,42 pontos e premiação de R$ 20 mil. Os demais colocados receberam valores entre R$ 7 mil e R$ 13 mil.
Reconhecimento internacional e qualidade comprovada
Criado em 2016, o Especialíssimo tem como objetivo estimular e reconhecer a produção de cafés especiais entre os cooperados da Cooxupé. Os cafés selecionados pelo programa são exportados para mais de 20 países, incluindo Japão, Reino Unido, Estados Unidos, Coreia do Sul e nações europeias.
O vice-presidente da Cooxupé, Osvaldo Bachião Filho, ressaltou que "produzir café especial não é uma tarefa simples, exige cuidado, atenção e muito capricho". Para apoiar os produtores, a cooperativa e a SMC oferecem assistência técnica gratuita com profissionais especializados.
A avaliação dos 50 lotes finalistas foi rigorosa, seguindo o protocolo da Specialty Coffee Association (SCA) e conduzida por 12 Q-graders do Brasil, Japão, Alemanha e Holanda, sob coordenação do professor Flávio Borém, da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
O nível de qualidade foi tão elevado que a nota de corte para os dez primeiros colocados ficou em 88 pontos, demonstrando a evolução constante da cafeicultura especial brasileira.