O ano de 2025 apresentou um cenário de contrastes para o setor cafeeiro brasileiro. Apesar de uma quebra de safra significativa, impulsionada por condições climáticas adversas, o mercado internacional reagiu com preços elevados, resultando em um desempenho financeiro surpreendente para as exportações do grão.
Clima adverso e impacto na produção
A safra de café de 2025 foi diretamente impactada por um período de estiagem acompanhada de altas temperaturas. Este fenômeno climático prejudicou o desenvolvimento das lavouras, resultando em uma redução média de aproximadamente 20% no rendimento das plantações. A quebra de safra frustrou as expectativas de muitos produtores e, como consequência natural da lei da oferta e procura, gerou um ajuste para cima nos preços do produto no mercado interno.
Exportações: volume cai, mas valor dispara
O efeito mais notável da menor produção foi sentido no volume disponível para venda ao exterior. Com estoques internos limitados, a quantidade de café exportada no primeiro trimestre de 2025 registrou uma queda. No entanto, o cenário financeiro foi completamente oposto. Impulsionadas pelos preços internacionais elevados, as exportações brasileiras de café tiveram um salto impressionante de 68,9% em valor no mesmo período.
A perspectiva para o restante do ano é de que as cotações do grão no mercado global se mantenham em patamares altos. A justificativa para essa tendência está nos estoques mundiais de café, que continuam em níveis baixos, sustentando a valorização do produto.
Reconhecimento de qualidade e eventos regionais
Em meio aos desafios climáticos, a qualidade do café brasileiro seguiu em destaque no palco mundial. Um café produzido na Fazenda Rio Verde, em Conceição do Rio Verde, na região da Mantiqueira de Minas, foi eleito o melhor do Brasil no prestigiado concurso Cup of Excellence 2025. Além desse título máximo, o Sul de Minas consolidou sua excelência com um total de 21 produtores premiados em diversas categorias da competição, reforçando a imagem de diversidade e alto padrão do café nacional.
Localmente, a cultura cafeeira também demonstrou sua vitalidade. Na cidade de Três Corações, que possui cerca de 10 mil hectares de área plantada e uma produção de aproximadamente 1,26 milhão de toneladas do fruto, o café foi um dos grandes protagonistas da Agrotrês. A feira de soluções agrícolas do município contou com palestras técnicas e a participação de cerca de 68 empresas ligadas direta ou indiretamente à cadeia produtiva do café, evidenciando a importância econômica da atividade para a região.
Para a edição de 2026 da feira, a expectativa é de um destaque ainda maior para o setor, com a presença confirmada de profissionais de renome. O produtor Márcio Almaro ressaltou a resiliência da cultura e o papel da Agrotrês: “O Café é uma cultura que resiste a muitas tormentas, sejam elas climáticas ou de mercado, e a Agrotrês nos traz conhecimento para passar por estes obstáculos”, afirmou, destacando o investimento do evento na qualificação profissional dos produtores.