E aí, o que era pra ser definido agora vai ficar pra dezembro. O CADE - aquela turma que cuida da concorrência no país - resolveu dar mais um tempo pra analisar o acordo da moratória da soja. Tava todo mundo na expectativa, mas vai ter que esperar.
Parece aquela novela que nunca acaba, não é? O prazo que venceria agora em setembro foi esticado até o final do ano. E olha que essa discussão já rola desde 2006, viu? A moratória é basicamente um pacto entre empresas e ambientalistas pra não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia.
O que tá em jogo nessa história toda?
O negócio é sério. De um lado, tem quem defenda que o acordo voluntário já deu bons resultados e merece continuar. Do outro, tem gente argumentando que o Ministério Público deveria ter mais poder de fiscalização - coisa que o acordo atual não prevê.
E não é simples, não. A Abiove (Associação das Indústrias de Óleos Vegetais) e a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) tão nessa dança há meses tentando chegar num denominador comum com o MPF. Mas parece que ainda tem areia na engrenagem.
E os ruralistas?
Ah, esses tão com o pé atrás. Eles temem que mudanças no acordo possam criar burocracia demais e prejudicar a competitividade do setor. É aquela velha história: como conciliar produção e preservação sem estrangular quem tá na ponta, plantando?
O que me preocupa - e deve preocupar você também - é que enquanto isso, lá na Amazônia, o desmatamento não espera decisão de ninguém. Fica a dúvida: será que tanta delonga não acaba custando caro pro meio ambiente?
O certo é que agora só em dezembro teremos novidades. Até lá, é torcer pra que as partes envolvidas cheguem num acordo que funcione pra todo mundo - inclusive pro planeta.
