O presidente da Bayer no Brasil, Márcio Santos, classificou como 'extremamente positivo' o balanço da COP30, conferência climática das Nações Unidas realizada em Belém do Pará. A declaração foi feita durante sua participação no Fórum VEJA Agro, que aconteceu em São Paulo na segunda-feira, 24 de novembro de 2025.
Agronegócio com presença recorde na COP
Segundo o executivo, que pela primeira vez participava de uma conferência do clima, o setor do agronegócio teve uma presença sem precedentes no evento internacional. 'Foi a primeira vez que o agro estava tão presente em uma COP', afirmou Santos durante o fórum.
O líder da multinacional de biotecnologia destacou especialmente o AgriZone, espaço temático da Embrapa na COP30. 'Estou voltando da COP muito impactado pelo que vi lá. Voltei muito otimista', compartilhou o executivo, demonstrando entusiasmo com as iniciativas apresentadas.
Infraestrutura de Belém e avanços graduais
Contrariando expectativas iniciais, Santos elogiou a capacidade de Belém em receber o evento global. 'Não tinha fila, Belém nos recebeu, organizou, tinha restaurante', comentou, referindo-se à infraestrutura da cidade para acomodar os participantes.
Sobre os resultados concretos da conferência para o meio ambiente, o presidente da Bayer adotou uma perspectiva de longo prazo. Ele lembrou que o Acordo de Paris demorou mais de 20 anos para ser concretizado, sugerindo que a agenda climática avança de forma gradual ao longo das décadas.
Etanol como alternativa promissora
Um dos avanços significativos citados por Santos foi o compromisso assumido por 25 países de quadruplicar a produção de etanol. O executivo reconhece que ainda é necessário convencer negociadores internacionais sobre os benefícios do combustível renovável, mas vê oportunidades crescentes para o setor.
Em um momento revelador, Santos descreveu sua reação ao ver ativistas protestando contra combustíveis fósseis: 'vi ali um campo de produção de etanol'. Ele acrescentou: 'Pode parecer ingenuidade, mas me parece que todos que estão protestando contra combustível fóssil estão a favor dos combustíveis renováveis (como o etanol)'.
O executivo também destacou que acordos plurilaterais entre grupos de países representam uma alternativa viável em meio às dificuldades de se alcançar consenso entre todas as nações participantes das conferências climáticas.