Argentina projeta safra recorde de 25,5 mi de toneladas de trigo
Argentina projeta safra recorde de trigo de 25,5 mi t

O mercado brasileiro de trigo está com os olhos voltados para o vizinho. A Argentina, principal fornecedor do cereal ao Brasil, revisou para cima sua expectativa de produção na semana passada, projetando uma safra que pode bater novo recorde.

Estimativa argentina supera projeção anterior

Com cerca de 40% da área já colhida, a projeção atual é de uma colheita de 25,5 milhões de toneladas de trigo. Esse volume representa um aumento expressivo de 1,5 milhão de toneladas em relação à estimativa anterior, sinalizando uma produção excepcional.

Esse movimento de alta na oferta do principal fornecedor externo tem influência direta nos preços praticados dentro do território brasileiro. Especialistas do Cepea (Conselho Profissional de Engenharia Agronômica) já observam essa correlação.

Queda de preços no mercado interno brasileiro

A perspectiva de maior oferta de trigo argentino, somada à desvalorização do dólar frente ao real, cria um cenário de pressão baixista para os preços no Brasil. Os números de novembro já refletem essa tendência.

No Paraná, estado produtor, a média do preço da tonelada de trigo ficou em R$ 1.196,69 em novembro. Esse valor representa uma queda de 1,6% em relação ao mês anterior e uma retração mais acentuada de 15,9% na comparação com novembro do ano passado.

A situação se repete no Rio Grande do Sul. Lá, a tonelada do cereal teve preço médio de R$ 1.044,82. Na comparação mensal com outubro, o recuo foi de 8,2%. Já em relação ao mesmo período de 2024, a queda chegou a expressivos 17,1%.

Mercado em atenção

A movimentação é acompanhada de perto por produtores, moinhos e todo o setor de panificação no Brasil. A Argentina é um player fundamental no abastecimento do mercado brasileiro, e uma safra volumosa como a projetada tende a manter os preços domésticos sob controle, beneficiando a indústria de transformação, mas exigindo atenção dos produtores nacionais.

A consolidação desse cenário dependerá do andamento final da colheita argentina e das condições cambiais entre Brasil e Argentina nos próximos meses.