
Parece que o baque veio para ficar. O tal do 'tarifaço' – aquele aumento generalizado que todo mundo temia – não foi só um susto. Ele chegou de sola no setor madeireiro e, cá entre nós, o estrago foi feio. A conta, como sempre, sobrou para o trabalhador.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Madeira (Abimci), a coisa é séria mesmo. A gente tá falando de cerca de quatro mil pessoas que já perderam o emprego. Quatro mil! E o pior: isso é só a ponta do iceberg, um número preliminar que ainda pode subir. A situação é dramática, pra não dizer desesperadora.
O Que Exatamente Aconteceu?
Bom, a receita do desastre é simples, mas amarga. De um lado, a energia elétrica ficou absurdamente mais cara. Do outro, o preço do frete disparou. Juntou os dois e virou uma bomba-relógio para as fábricas de painéis, serrarias e laminadoras. Muitas simplesmente não aguentaram o tranco.
— A competitividade foi pro espaço — comenta um empresário do setor, que preferiu não se identificar. — Como você compete no mercado, seja aqui dentro ou lá fora, com os custos nas alturas? A conta não fecha. A única saída, infelizmente, foi cortar na equipe.
Efeito Dominó na Economia
O problema é que isso não para por aí. Cada demissão nesse setor significa menos dinheiro girando no comércio local, menos movimento no boteco da esquina, mais inadimplência. Gera um efeito cascata que contamina a economia de whole towns que dependiam dessas fábricas. É um baque social e econômico das grandes.
E pensar que o setor de madeira era um dos que mais empregava no país, hein? Dava sustento para milhares de famílias, muitas delas em cidades do interior onde uma vaga de trabalho vale ouro. Agora, a perspectiva é de mais aperto. A Abimci já soou o alarme: se nada for feito, a sangria de empregos pode continuar.
O recado está dado. Será que alguém vai ouvir?