
O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) pode ser concluído até o final deste ano, desde que o setor agropecuário do bloco sul-americano adote as mesmas regras ambientais e sanitárias vigentes no continente europeu.
Em entrevista coletiva, Macron destacou que a harmonização de normas é essencial para destravar as negociações, que se arrastam há mais de duas décadas. "Se o agro do Mercosul seguir os mesmos padrões da UE, não vejo obstáculos para fecharmos o acordo ainda em 2025", afirmou.
O que está em jogo?
O tratado promete criar a maior zona de livre-comércio do mundo, com impactos significativos:
- Para o Mercosul: Acesso privilegiado ao mercado europeu, que consome 20% das exportações agrícolas globais
- Para a UE: Redução de tarifas para produtos industrializados e serviços
- Para o meio ambiente: Pressão por práticas sustentáveis na produção de commodities
Desafios para o agronegócio brasileiro
Especialistas apontam que a adoção dos padrões europeus exigirá investimentos em:
- Tecnologias de baixo carbono
- Rastreabilidade total da produção
- Redução no uso de defensivos agrícolas
Setores como carne bovina e soja seriam os mais impactados pelas novas regras. Produtores já se mobilizam para adaptações, mas alertam para custos operacionais.
Próximos passos
As equipes técnicas devem se reunir em Bruxelas no próximo mês para discutir:
- Prazos de transição
- Mecanismos de verificação
- Possíveis compensações financeiras
Enquanto isso, líderes europeus reforçam que a sustentabilidade será não negociável no acordo final.