Crise na indústria química brasileira: custos altos e importações sufocam o setor
Crise na indústria química: custos e importações pressionam

O cenário não é dos mais animadores para a indústria química brasileira. Entre custos que não param de subir e uma enxurrada de produtos importados — muitas vezes mais baratos —, o setor está perdendo fôlego. E olha que não é pouco: estamos falando de um dos pilares da economia nacional.

Quem acompanha o mercado sabe que a coisa tá feia. Os insumos básicos, como gás natural e nafta, estão com preços nas alturas. E não adianta espernear — sem matéria-prima a preço viável, fica difícil competir. "É como tentar fazer feijoada sem feijão", brinca um empresário do ramo, sem graça.

O buraco é mais embaixo

Não é só a conta que dói. A logística no Brasil — aquela velha conhecida nossa — joga contra. Transportar produtos químicos aqui é tipo levar ovos numa estrada de terra: caro e arriscado. Enquanto isso, os concorrentes estrangeiros chegam de navio com preços que deixam nossos industriais de cabelo em pé.

  • Custo energético até 40% maior que em outros países
  • Encargos tributários complexos e pesados
  • Infraestrutura portuária e rodoviária deficiente

E tem mais: a indústria nacional reclama de práticas desleais. Alguns países — não vamos citar nomes aqui — subsidiam sua produção e "jogam" produtos no mercado brasileiro a preços abaixo do custo. Já pensou competir com isso?

O outro lado da moeda

Os importadores, claro, veem a situação diferente. Argumentam que estão apenas suprindo uma demanda que a indústria local não consegue atender. "Se o produto nacional fosse competitivo, ninguém importaria", diz um distribuidor, pragmático.

Mas será tão simples assim? Especialistas apontam que o problema é sistêmico. "Precisamos de políticas industriais inteligentes, não só protecionismo", defende uma economista. Ela tem um ponto: nos últimos anos, o setor perdeu participação no mercado interno — caiu de 73% para 66% em uma década.

E agora, José?

Algumas empresas estão reagindo. Investem em eficiência, automação, até em química verde. Mas é como enxugar gelo: sem um ambiente de negócios mais favorável, fica difícil virar o jogo. O governo promete medidas, mas ninguém segura a respiração.

Enquanto isso, a conta chega para todos nós. Se a indústria química definhar, quem paga a conta são outros setores — do agronegócio à construção civil. E no final, claro, o consumidor. Aí não tem importação que resolva.